Preços das passagens aéreas deverão cair
Companhias tendem a aumentar disputa por passageiro com promoções
Uma oferta maior de assentos do que o fluxo de passageiros no primeiro semestre deverá provocar uma competição mais forte entre as companhias aéreas brasileiras daqui para frente. O efeito esperado é uma redução nos preços dos bilhetes agora no segundo semestre.
A avaliação é do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), que concluiu uma análise setorial do primeiro semestre de 2009. Nesse período, a oferta de assentos nos aviões acumulou alta de 10,2%, enquanto a demanda subiu apenas 3,2%, na comparação com igual período do ano passado. O resultado do desequilíbrio entre oferta e demanda foi uma acentuada queda, de 4,29 pontos percentuais, na taxa de ocupação das aeronaves no primeiro semestre deste ano (63,15%) em relação a igual período de 2008 (67,44%).
– Baratear os preços é geralmente o recurso que as empresas com excesso de oferta usam na tentativa de estimular a demanda ou atrair passageiros dos concorrentes – diz Ricardo Gondim, consultor do Snea.
O diretor técnico do sindicato, Ronaldo Jenkins, concorda que o descasamento entre oferta e demanda vai gerar uma maior concorrência tarifária, mas lembra que isso será ruim para os resultados financeiros das companhias aéreas.
– Pode haver maior competição de preços, mas até um determinado limite. Algumas empresas no mundo estão optando por parar avião, mesmo pagando o leasing, porque estão voando com rentabilidade muito baixa, que não paga o custo – afirma Jenkins.
Os dois especialistas lembram que um dos principais motivos que levaram à queda na taxa de ocupação dos aviões no primeiro semestre foi o fato de as empresas manterem seus planos de expansão de frota. A demanda por voos nacionais não acompanhou o aumento da oferta de assentos. E observam que o resultado só não foi pior por causa dos preços.
– O mercado doméstico está com um comportamento não tão ruim quanto se esperava, justamente por causa das promoções – diz Gondim.
Nos voos internacionais operados por companhias brasileiras, o Snea vê com preocupação o aumento da incidência de casos da nova gripe no país e no resto do mundo, especialmente na América do Sul, aliada à crise mundial, que reduziu as viagens de lazer e de negócios. Os voos ao Exterior acumulam queda de 5,5% no primeiro semestre, em relação a igual período de 2008. A oferta de assentos recuou 3%.
Zero hora
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