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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

PF culpa somente pilotos por acidente da TAM


Exibido no Jornal Nacional ontem à noite


O relatório da Aeronáutica, divulgado esta semana, teve outra interpretação sobre as causas da tragédia. Segundo o Cenipa, vários fatores contribuíram para o acidente.



O inquérito da Polícia Federal sobre o acidente com o Airbus da TAM, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, responsabilizou apenas os dois pilotos. Eles estão entre os 199 mortos na tragédia.

A notícia foi manchete do jornal O Estado de São Paulo, que teve acesso ao relatório final da polícia. O Jornal Nacional também conseguiu o documento, que é taxativo. Diz o texto: "Os peritos concluem que a operação incorreta das manetes por parte da tripulação foi o fator determinante para a ocorrência do acidente".

No dia 17 de julho de 2007, o Airbus A-320, vindo de Porto Alegre, pousou na pista molhada do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, acelerado, não conseguiu parar. Atravessou a pista e explodiu ao bater em um prédio.

De acordo com o relatório: "As condições da pista principal de Congonhas, embora longe do desejável, não foram determinantes para o acidente".

Em outro trecho, o documento afasta a possibilidade de falha mecânica do sistema de controle das manetes.

E conclui que a polícia "Não vislumbrou responsabilidade outra que não da tripulação. Isso porque o acidente não teria ocorrido se não tivessem as manetes sido operadas de forma incorreta".

Manetes são os controles da potência, dos motores do avião. Segundo os dados da caixa preta, no Airbus acidentado a manete do motor direito estava na posição de aceleração.

Com o avião correndo na pista naquelas condições, parece improvável que nenhum dos dois pilotos tivessem tomado uma atitude considerada básica. É disso que duvidam muitos pilotos, ex-pilotos, instrutores de voo.

“Claro que ele voltaria essa alavanca, evidente”, disse o dono de uma escola de pilotagem, Wagner Felipe.

“O piloto aprende a mecanizar essas atitudes. É atitude mecânica. O avião tocou na pista, tira a potência”, explicou o piloto aposentado Ruy Torres.

Nos últimos segundos antes do acidente, as palavras dos pilotos indicam que eles tentavam tomar providências: “Desacelera, desacelera”.

Em uma escola de pilotagem, os instrutores estão indignados com as conclusões da polícia: “Uma coisa que não entra na minha cabeça. Uma pessoa que senta, pela primeira vez, na cabine de um avião já sabe o que tem que fazer na hora de pousar”.

O comandante Décio Correia é presidente da Associação Brasileira das Entidades de Formação Aeronáutica: “Para nós, aviadores, a pior coisa naqueles momentos tão críticos é você tomar a pane eletrônica. Ela te deixa na mão, te deixa vendido”, declarou.

O relatório da Aeronáutica, divulgado esta semana, também teve outra interpretação sobre as causas da tragédia. Segundo o Cenipa, Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, vários fatores contribuíram para o acidente: de erros no projeto do Air Bus a falhas de gerenciamento da companhia aérea, inclusive no treinamento dos pilotos.

O relatório da Aeronáutica e o inquérito da Polícia Federal serão analisados pelo Ministério Público Federal, em São Paulo, que ainda poderá pedir novas investigações.

Jornal Nacional

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