A fusão acordada entre a Iberia e a British Airways criará uma nova companhia com 419 aeronaves, mais de duzentos destinos, cerca de 60 milhões de passageiros por ano e receitas conjuntas de 15 mil milhões de Euros.
Será a segunda companhia aérea europeia em termos de capitalização bolsista (4,9 mil milhões de Euros) e a terceira em receitas, sendo detida a 55 % pela British Airways e a 45 % pela Iberia.
"A fusão vai criar uma companhia aérea europeia forte, capaz de competir no século XXI", afirma Willie Walsh, CEO da British Airways, que será também CEO da nova companhia (director executivo), enquanto António Vazquez, presidente da Iberia, será também presidente ("Chairman") da companhia resultante da fusão, que será cotada na Bolsa de Londres. Para Vazquez, trata-se de "colocar as fundações do que será uma das mais importantes companhias aéreas do mundo, uma verdadeira companhia global".
Apesar da fusão, serão mantidas ambas as marcas, Iberia e British airways, detidas por uma nova empresa, a "holding" TopCo, cujos accionistas serão os accionistas das duas companhias. A TopCo terá sede social e fiscal em Madrid, sede financeira e operativa em Londres, e um conselho de administração composto por 14 membros, com cada uma das companhias a eleger sete.
A estimativa é que a fusão permita poupanças de cerca de 400 milhões de Euros por ano, com a maioria dos analistas a alvitrar que ambas as companhias serão alvo de "emagrecimento" de recursos humanos, especialmente no que toca aos sectores comerciais e de manutenção, alvos das maiores sinergias. Já um porta-voz da British Airways prefere sublinhar que a maioria das poupanças será obtida através da partilha de recursos informáticos. A fusão tem conclusão prevista para o final de 2010, não se esperando mudanças significativas no serviço de cada uma das companhias nos próximos meses.
Necessária é, ainda, aprovação da fusão pela União Europeia, e a Iberia pode abandonar a fusão caso não se atinja uma solução satisfatória para o fundo de pensões da British Airways, que de há vários anos a esta parte tem representando uma responsabilidade financeira elevada. O acordo preliminar agora alcançado surge após mais de um ano de negociações, assumidas publicamente pelas duas companhias desde Julho do ano passado. A fusão é indissociável do contexto de crise que a aviação mundial atravessa, sendo encarada como forma de a ultrapassar para duas companhias a braços com prejuízos elevados.
A ibéria registou prejuízos recorde de 72,8 milhões de Euros no segundo trimestre deste ano, e de 16,4 milhões no terceiro trimestre, acumulando perdas de 182 milhões até Setembro. A British Airways anunciou na semana passada mais uma vaga de despedimentos, e perdas de 217 milhões de Libras no primeiro semestre, mais de 240 milhões de Euros.
Turisver
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