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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Nigeriano que tentou explodir avião acusa clérigo de planejar ataque



O nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, indiciado por tentar explodir um avião que sobrevoava os Estados Unidos no dia 25 de dezembro, disse aos investigadores que o clérigo radical americano-iemenita Anwar Al Awlaki foi quem ordenou o ataque, disse ontem (4) uma fonte judicial.

No último dia de Natal, o nigeriano conseguiu embarcar, em Amsterdã (Holanda), em um voo comercial com destino a Detroit (EUA) com um pó explosivo escondido na cueca. O rapaz só não provocou uma explosão na aeronave --que levava cerca de 300 pessoas-- porque foi contido por outros passageiros. Preso, o jovem contou que foi treinado no Iêmen por uma célula da rede terrorista Al Qaeda.

O relato de Abdulmutallab contradiz o próprio clérigo que, em entrevista divulgada pela rede árabe Al Jazeera, negou ter ordenado o ataque contra o avião da Northwest. Awlaki admitiu que Abdulmutallab era seu aluno e disse ainda apoiar o ataque, embora preferisse um alvo militar americano.

Funcionários do governo americano disseram nesta semana que Abdulmutallab está cooperando com os investigadores, depois de receber orientação de seus familiares. Os investigadores americanos parecem interessados na disponibilidade do nigeriano para incriminar e prender Awlaki, que supostamente está escondido nas remotas montanhas do Iêmen.

Segundo uma fonte citada pela rede de TV americana CBS, Abdulmutallab disse aos investigadores que conseguiu no Iêmen os potentes explosivos PETN e TPTA que utilizou na tentativa de explodir o avião.

Abdulmutallab teria sido treinado para realizar o ataque no Iêmen, onde se reuniu com Awlaqi na região de Wadi Rafadh, na Província de Chabwa. O jovem nigeriano também foi recebido por Chabwa Mohammad Umir, um dos líderes da rede terrorista Al Qaeda, que morreu em um bombardeio aéreo no dia 24 de dezembro, no Iêmen.

As fontes citadas pela rede de TV afirmam que as revelações do nigeriano mostram que Awlaki tem um papel chave na escolha dos objetivos e no direcionamento dos ataques do braço da Al Qaeda na Península Arábica.
Antes se acreditava que o clérigo só tinha uma influência religiosa, e orientava os militantes do grupo nos fundamentos da jihad contra o Ocidente.

Abdulmutallab escrevia no fórum islâmico www.gawaher.com pregando a Guerra Santa (Jihad) sob o pseudônimo "Faruk1986", e fez 310 comentários, a partir de 2005, incluindo divagações sobre "como ocorrerá a grande Jihad", "como os muçulmanos vencerão" e "como dominarão o mundo inteiro e estabelecerão o maior império jamais visto".

Aluno

As autoridades americanas dizem que Awlaki trabalha com o braço da Al Qaeda no Iêmen –que reivindicou autoria da tentativa de ataque no voo da Northwest Airlines que fazia a rota entre Amsterdã (Holanda) e Detroit (EUA).

O nome do clérigo aparece ainda vinculado ao major americano Nidal Malik Hasan, que matou, em 5 de novembro passado, 13 pessoas na base militar de Fort Hood, no Estado americano do Texas.

Awlaki, que estaria escondido em montanhas remotas do Iêmen, concedeu entrevista a um jornalista iemenita que relata as declarações ao site da Al Jazeera. "Irmão mujahed Umar Farouk, que Deus o abençoe, é um de meus estudantes sim", disse Awlaki. "Nós mantivemos contato, mas eu não emiti uma ordem para Umar Farouk para esta operação".

Awlaki disse ter apoiado o ataque contra o avião de passageiros americano, mas que seria melhor se o alvo fosse um militar americano. "Eu apoiei o que Umar Farouk fez depois de ver meus irmãos na Palestina, Iraque, Afeganistão serem mortos", disse o clérigo, citado pela Al Jazeera. "Se fosse um avião militar americano ou um alvo militar americano teria sido melhor, mas o povo americano participou em todos os crimes de seu governo".

"Cerca de 300 americanos não são nada perto dos milhares de muçulmanos que eles mataram", completou, em referência ao número de pessoas a bordo do avião.

Awlaki tem pais iemenitas e nasceu no Novo México (EUA). Ele já pregou em mesquitas na Califórnia e Virgínia antes de se mudar para a cidade natal de seus pais no Iêmen, em 2004. Ele se tornou popular entre simpatizantes dos militantes islâmicos por seus sermões em inglês e disponíveis na Internet, nos quais explica a jovens muçulmanos a filosofia da violenta jihad e o martírio contra o Ocidente e seus governos aliados.

Eles suspeitam que o clérigo está envolvido no recrutamento de novos membros para a Al Qaeda no país e no diálogo entre a rede terrorista e tribos iemenitas.
Folha Online.

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