O Conversa Afiada aceita sugestão de amigo navegante que viaja muito de avião e reproduz discurso em que a Câmara dos Deputados presta singela homenagem a Arnaldo Jabor, cineasta que faz as vezes de cérebro das Organizações (?) Globo:
O SR. FERNANDO MARRONI (PT-RS. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos os que nos assistem, quero fazer um pronunciamento que leva o seguinte título: A triste opinião dos pensadores virtuais.
Ontem tive o desprazer de assistir e ouvir no Jornal Nacional, da TV Globo, ao jornalista Arnaldo Jabor, que, em seu editorial, deixou nítida e clara a estratégia, já falida, da oposição capitaneada pelo príncipe Fernando Henrique Cardoso para atacar o Presidente Lula.
Em sua crônica, o jornalista ataca ferozmente a INFRAERO. Diz que a classe média está andando de avião e que os aeroportos estão insuportáveis. Mas, ele, na verdade, se referia à classe média formada por brasileiros que ascenderam das camadas mais baixas da população. E que, de pobres, passaram a ter poder aquisitivo para andar de avião através do nosso querido Brasil. Jabor, do alto de sua intelectualidade esnobe, faz piadas irônicas com os brasileiros que a custo do trabalho duro conseguiram mudar de vida graças à estabilida econômica do Governo do Presidedente Lula. O cronista, do alto de seu palanque eletrônico, tripudia sobre esta população e a critica, porque a população acha chique, bom e barato poder circular pelo Brasil de avião. Ele tripudia dizendo que os nossos aeroportos são insuportáveis.
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Filho da alta classe média carioca, Jabor talvez nunca tenha passado horas em uma rodoviária dessas de interior, suja, malcuidada, à espera de um ônibus que demora a chegar ou sair. Então, espanta-se de como a classe média de hoje não vê os problemas que ele enxerga nos aeroportos brasileiros.
Mas, a série de besteiras ditas pelo jornalista não terminam por aí.
Segundo ele, o serviço da INFRAERO é o fim do mundo, pois se trata de uma estatal. E, por isso, estaria mergulhada em corrupção. O cronista da Rede Globo não esconde sua revolta com o fato de a Ministra Dilma dizer que não privatizará a INFRAERO. E ainda pergunta se a Ministra está inspirada em Lênin, Trotsky ou Fidel.
Bem se percebe que esse cidadão, ex-cineasta e hoje cronista eletrônico, parou no tempo, que gravita em um mundo irreal de políticas governantais ultrapassados.
Em suas críticas ásperas e confusas, o advogado que virou jornalista volta às suas origens e faz uma defesa apaixonada do neoliberalismo e seu estado mínimo, incapaz de atender às necessidades mais básicas da população.
Até que beira as raias do absurdo — ou seria do desespero pré-eleitoral,frente ao crescimento impressionante da Ministra Dilma — , e declara, categórico, que o Governo Lula não passa de uma continuidade do Governo Fernando Henrique Cardoso.
Como diria o gaúcho velho, que a esta hora mateia na sombra ou sob o sol na campanha: Que barbaridade!
Para atingir o seu objetivo a qualquer custo, dar força ao projeto neoliberal com o qual Fernando Henrique e Serra irão disputar as eleições deste ano, o cronista apela para tons dramáticos em sua encenação televisiva, tenta fechar os olhos da população para os grandes investimentos e para os esforços feitos pelo Governo para acelerar o crescimento do Brasil e levar este País a ser a quinta maior economia do mundo.
Ao final de tudo, quando cai o pano e se estalam as moedas que anunciam os blocos comerciais, creio acreditar que tamanhas sandices foram ditas no horário nobre para milhões e milhões de pessoas. Talvez o pensador virtual global tenha sido influenciado — e mal influenciado, diga-se de passagem — por seu colega norte-americano James Cameron, que, depois de faturar muitos milhões de dólares com seu Avatar, veio de bem longe ao Brasil para dar palpite sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Metendo o bico onde não foi chamado!
Talvez, a convite de Cameron, Jabour tenha entrado em uma daquelas máquinas futuristas e mergulhado em um mundo de fantasia, distante da realidade nua e crua do Brasil. E, se fizeram isso, espero que fiquem por lá!
Muito obrigado, Sr. Presidente.
Conversa Afiada
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