Bem, mal começamos a falar (escrever!) sobre fusões e uniões e neste Domingo as Diretorias de 2 low-cost norte americanas selaram a união entre ambas. Ninguém menos que a “mãe” das empresas low-cost (LCC = low-cost carriers) em todo o mundo –a reverenciada, copiada e laureada Southwest Airlines [SWA]– e a 3a LCC norte-americana em volume de passageiros e cobertura, a AirTran (que um dia foi Valujet). A coletiva de imprensa, transmitida on-line para todo o mundo, foi na manhã desta 2a-feira mesmo (27/9).
Caso aprovada pelas autoridades norte-americanas, a Southwest deve adquirir a AirTran por cerca de US$1.4 bilhão, entre dívidas assumidas da AirTran (na casa dos US$ 2 bi) e mais cerca de US$600 milhões em pagamento aos acionistas. Muitos outros detalhes podem ser acessados no website criado especificamente para o negocio: http://www.lowfaresfarther.com/
Mas o ponto alto mesmo foi a coletiva de imprensa transmitida on-line, a qual tive a grande oportunidade de assistir hoje pela manha. Em um clima de muita informalidade –típico da cultura Southwest– no qual os jornalistas presentes só se referiam ao presidente da SWA como “Gary” e o atual CEO da AirTran como “Bob”, alguns pontos muito interessante foram levantados. Em verdade, alguns destes pontos podem vir a influenciar parte do futuro tráfego entre o Sudoeste/Sul dos EUA e no Norte/Nordeste do Brasil, mesmo que no médio prazo (8-10 anos…?). Alguns dos que mais me chamaram a atenção foram (e, por favor, fiquem à vontade para tirar suas conclusões de cada um deles!):
– A Southwest havia anunciado no ano passado que –em 2 ou 3 anos– iniciaria ligações internacionais de curta/média distância (em outras palavras: de cerca de 45 min a 4 horas de voo…) e a aquisição da AirTran, que já opera para o Caribe, agora proporcionará um “trampolim” para as operações internacionais e pode, inclusive, acelerar o projeto de implantação das ligações internacionais da própria SWA.
– A SWA descontinuará as operações da AirTran em DFW.
– O programa de fidelidade será o da SWA, assim como a sede continuará em Dallas Love Field.
– A SWA está concluindo os estudos para confirmar (ou não) encomendas de 737-800s.
– A frota da AirTrans será padronizada –a médio e longo prazos– para os modelos de 737s, mas os 717s serão mantidos e terão suas operações otimizadas para os padrões SWA.
– A competição em ATL será muito maior e a pressão sobre a Delta será cada vez maior também.
Como visto, muito, mas muito mesmo há de mudar no cenário doméstico norte-americano…
Enquanto isso, nenhum sinal de qualquer passo mais largo da American… ou da US Airways… ou da Alaska Airlines… quem sabe em breve não surge algum tipo de “união” entre estas 3, ou mesmo entre 2 delas, pelo menos…
O fato é que a oxigenação que ocorrerá em termos de mudanças estratégicas, marketing, reposicionamento em mercados (tanto nas cidades em si como nas ligações entre as cidades), headhunting de executivos, revisão de contratos de fornecedores, revisão das estreitas parcerias entre empresas aéreas e aeroportos são tamanhas, que já vale a pena acompanhar de perto toda a movimentação. Aliás, tudo isso já era percebido desde a fusão da Delta com a Northwest…
Por aqui, ainda que em menor escala devido às significativas diferenças na dependência das economias e da sociedade como um todo dos EUA e do Brasil sobre a aviação, a tendência deve ser a mesma, dada a criação, a consolidação e o crescimento da LATAM.
Last but not least: Te cuida, JetBlue…
céus abertos
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