No dia 12 de agosto será comemorado o 100º aniversário da Força Aérea da Rússia. A sua história está recheada de páginas heróicas e dramáticas.
O desenvolvimento da aviação russa
entre as duas guerras mundiais foi complexo e contraditório. Apesar de
se ter tratado de um tempo de paz, e de o desenvolvimento da aviação
militar decorrer de forma planejada, os pilotos militares soviéticos
tiveram de participar ativamente em ações de combate durante diversos
conflitos armados localizados. No final dos anos 30, eles tomaram
conhecimento das táticas modernas de combate aéreo durante os confrontos
militares entre soviéticos e japoneses no lago Khasan, no rio Khalkhin
Gol na Mongólia e durante a guerra civil de Espanha.
Os
duelos aéreos especialmente renhidos ocorriam nos céus de Espanha nos
anos de 1936-1939. A URSS prestou auxílio em grande escala ao governo
espanhol. Foram fornecidos caças modernos para a época I-15 e I-16, como
refere o historiador militar Vladimir Ivanov:
“A
experiência de combates demonstrou que esses aviões correspondiam às
exigências daquele tempo, eles serviam para combater mas, como qualquer
material de guerra, também tinham defeitos. O armamento relativamente
fraco, por exemplo, o I-16 tinha duas metralhadoras. Foi logo ordenado o
reforço do armamento, o que foi feito. O I-16 passou a ter 4
metralhadoras e, mais tarde, armas de grande calibre.”
Em
agosto-setembro de 1936, nos céus de Espanha se deram os primeiros
combates entre a aviação soviética e a alemã, foi lá que apareceram os
primeiros Messerschmitt. Também os pilotos alemães ganhavam em Espanha a
sua experiência de combate. E foi lá que eles tiveram as suas primeiras
baixas e não nos anos de guerra da URSS com a Alemanha nazista.
Não eram só os pilotos que ganhavam experiência em situações de combate, mas também o pessoal técnico:
“Os
mecânicos aprendiam a reparar os aviões debaixo de fogo inimigo. Em
períodos de tempo limitado eles conseguiam pôr os aparelhos danificados
de novo em condições de voar e eles voltavam a descolar. Tudo isso foi
útil mais tarde na Segunda Guerra Mundial, portanto nisso Espanha
participou.”
Os novos aviões de combate foram usados
nas batalhas de Khalkhin Gol. Aí se ganhou uma experiência preciosa de
uma utilização massiva da aviação que foi útil nos anos da Segunda
Guerra. Tendo em conta a experiência dos conflitos localizados, foram
elaboradas as exigências relativamente aos novos aviões Yak-1, MiG-3 e
LaGG-3. Estes entraram ao efetivo imediatamente antes da guerra.
Nas
chamadas “viagens de trabalho especiais”, que era como se chamava a
participação dos aviadores soviéticos em todos esses conflitos, morreram
cerca de 6 mil homens. Se trata de um número elevado, e há que
considerar que em Espanha, por exemplo, a URSS não participou
oficialmente na guerra, sublinhou o historiador. Só participaram
voluntários. Por outro lado, tudo isso ajudou a força aérea a elaborar a
sua tática e estratégia, assim como os construtores a determinar as
características quanto aos novos aparelhos de combate.
VOZ DA RÚSSIA
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