Luanda - O diretor comercial da Air Namíbia em Angola, Albert Teixeira Ndunda, considerou hoje, quinta-feira, em Luanda, que "o grande problema de acidentes de aviação na África, tem a ver com a manutenção deficiente de aeronaves".
"A ocorrência de muitos acidentes aéreos na África não se deve apenas à utilização, pelas companhias do continente, de aviões velhos, como defende a Associação das Companhias Aéreas Africanas (AFRAA), enfatizou o responsável da Air Namíbia em Angola.
Justificou que muitas empresas africanas têm na sua frota aviões novos, citando a TAAG (Linhas Aéreas de Angola) que introduziu, a 11 de Novembro de 2006, aeronaves boeing da nova geração (B 777-200 ER e B737-800 NG) e a Air Namíbia que trocou os velhos B 737-300 pelos modernos Airbus 340-200.
Se não houver reparações feitas por técnicos qualificados, não haverá qualidade na operação dos aviões, sustentou.
Albert Ndunda acrescentou que não é só no setor aéreo, onde há debilidades, as mesmas notam-se também na indústria e nas infra-estruturas no continente, embora haja técnicos qualificados, os mesmos ganham salários incompatíveis com as suas necessidades, por isso, fogem para outras companhias de outros continentes.
Referiu que várias companhias aéreas de países africanos perdem muitos técnicos para companhias estrangeiras, provocando a carência desses especialistas na empresa, incluindo muitos pilotos são contratados pelas companhias fora do continente (Emirates Airlines e empresas chinesas).
“Na África como os engenheiros e outro pessoal qualificado não são bem remunerados, abandonam as indústrias locais e as companhias aéreas e emigram para onde a remuneração é favorável", lamentou.
O director comercial da Air Namíbia reconhece que o salário é um dos pressupostos para medir o bem-estar social das famílias, por isso, "os governos deveriam criar salários atrativos para os especialistas, porque os mesmos fazem falta à África".
Apontou também a falta de investimentos em aviões novos como outro facor que tem uma relevância nos acidentes aéreos no continente.
"Muitas companhias aéreas preferem a aquisição de aeronaves já usadas, que, em termos de aviação, provocam altos custos operacionais, pelo fato dos aviões serem rentáveis até determinado tempo de vida útil. Para rentabilizar as companhias necessita-se de adquirir novos aparelhos, assegurar a manutenção dos meios para dar mais lucros e garantir melhor segurança aérea.
"Mas essa política não tem sido seguida em muitas companhias do continente, resultando daí muitos acidentes aéreos, concluiu o responsável namibiano.
ANGOP
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