O modelo sempre foi rodeado de muito mistério e o fabricante conseguiu elaborar o projeto e colocá-lo em operação em segredo quase absoluto.
Tal foi o segredo com que foram encarados seu projeto e construção, que o Lockheed F-117ª havia entrado em serviço vários anos antes que se tornasse pública a sua existência. Por outro lado, os boatos eram consideráveis, inclusive, falou-se de um certo F-19, produzindo todo tipo de especulações e falsos relatórios, que em última instância, só conseguiram confundir ainda mais todos aqueles interessados, por diversos motivos, em conhecer a verdade.
O Nighthawk, como é conhecido oficialmente o F-117, iniciou a sua vida operacional em 1973, sob o nome de projeto Have Blue, destinado a estudar até que grau uma aeronave pode se tornar invisível aos sistemas de radar e aos equipamentos de detecção por infravermelho.
Como resultado desses estudos, iniciados em 1973, chegaram-se a projetar dois protótipos conhecidos como XST (Experimental Stealth Tactical), que começaram seus primeiros voos de teste em meados de 1977, com resultados satisfatórios. Como consequência disso, foi tomada a decisão de desenvolver um primeiro avião de série, que fez seu voo inaugural em 1981, assinando um contrato com a empresa Lockheed Martin, cujos laboratórios de estudos avançados Lockheed Advanced Development Projects, os famosos “Skunk Works”, de Burbank, na Califórnia, eram os que haviam dirigido o desenvolvimento dos protótipos XST.
O primeiro F-117A foi entregue à USAF em agosto de 1982 e o último em julho de 1990. No total, foram produzidos 59 caças Lockheed Martin F-117A para a Força Aérea norte-americana. Além disso, foram produzidas outras cinco aeronaves que pertenciam ao fabricante e que foram utilizadas como aviões de testes, especialmente para ajudar no desenvolvimento do JSF X-35.
O gerenciamento do Programa foi realizado no Centro de Sistemas Aeronáuticos da USAF na base de Wright-Patterson, em Ohio (EUA), combinando os desenvolvimentos obtidos em termos de tecnologia antirradar “stealth”, com as possibilidades então alcançadas de produção, com o objetivo de proceder a uma rápida entrega dos aviões à USAF.
O programa do F-117A demonstrou que era possível fabricar um jato invisível que fosse confiável e com exigências de manutenção não muito diferentes às dos outros aviões de complexidade similar então em serviço. Hoje, o F-117 está sendo retirado de serviço, mas o seu apoio logístico durante todo o seu ciclo de vida foi realizado pelo Centro de Logística Aérea na base McClellan, em Sacramento, na Califórnia, efetuando uma melhora e atualização permanente de todos os seus sistemas de armas, na Oficina 42 da
USAF, na base aérea Palmdale, também na Califórnia, com o objetivo de manter os aviões em serviço pelo menos até 2018, segundo os planos vigentes na época.
O F-117A Nighthawk foi o único caça monoposto em serviço operacional projetado com a tecnologia “invisível”, o que lhe proporcionava uma qualidade excepcional para o combate ar-ar, mas principalmente, no combate ar-terra. Dispunha de dois motores General Electric F404 e tinha quadruplicados seus sistemas de controle de voo fly-by-wire (impulsos elétricos).
Com a possibilidade de ser reabastecido no ar, o F-117A foi empregado pela USAF em vários conflitos. Contudo, ele não era um avião invisível no sentido exato da palavra - tal máquina não existe - e sua “invisibilidade” somente se conseguia mediante a precisão no planejamento de suas missões. Quatro eram os fatores que garantiam sua invisibilidade: contar com relatórios da inteligência sobre o deslocamento e atividade do adversário com a máxima exatidão; realização de ações de guerra eletrônica antes da missão para anular ou diminuir a atividade eletrônica do adversário; máxima experiência e habilidade dos pilotos e oportunidade na realização das missões ajustando-se, com exatidão, aos tempos estabelecidos.
O F-117A podia utilizar uma grande variedade de armas e estava equipado com um complexo sistema de navegação e ataque totalmente digitalizado que incrementava a eficácia e reduzia o trabalho do piloto.
Ao contrário de qualquer outro avião de combate moderno, o F-117A não dispunha de radar, para fazê-lo ainda mais indetectável. Todo o armamento se alojava em um porão que somente se abria quando ia iniciar o ataque, assim como as antenas dos equipamentos de radiocomunicação, que se estendiam apenas quando eles podiam ser utilizados no espaço aéreo não hostil.
A única unidade equipada com o F-117A Nighthawk, o Grupo Tático 450 do Comando de Combate, foi declarada operacional em outubro de 1983, mas a sua existência só foi divulgada em novembro de 1988 e o avião só foi mostrado em 1990 em um ato que teve lugar na Base Aérea Nellis.
Em 1992, depois da Guerra do Golfo, os Nighthawk foram deslocados da base aérea de Holloman, passando a constituir a Ala de Caça 49 (49FW), que dispunha de três esquadrões, o 70 que atuava como unidade de transição e treinamento, o 80 “Black Sheep” e o 90 “Flying Knight”, que eram os esquadrões de combate.
Independentemente do seu custo — cerca de US$ 122 milhões —, o que fez com que fosse um dos aviões mais caros em serviço no mundo, o F-117A não foi exportado a nenhum país aliado dos EUA.
O F-117A chegou a ser avaliado pela Marinha dos Estados Unidos — que procurava uma aaeronave “stealth” —, mas depois dos ensaios realizados em 1984, chegou-se à conclusão de que o Lockheed Martin F-117A não estava apto a operar em porta-aviões.
Há alguns anos, dois aviões F-117ª Nighthawk da Base Aérea Holoman foram pintados com um novo esquema experimental cinza, a fim de testar a sua capacidade em operações “stealth” diurnas.
Para o “The Dragon” (O Dragão), como foi apelidado, ficar parecido com o F/A-22 Raptor, foram necessários 38 litros de tinta cinza, 20 litros de cinza claro e 10 litros de verniz de silicone. Caso os testes de operações diurnas fosse bem-sucedidos, outros F-117 receberiam o esquema cinza, mas, no fim, todos ficaram pintados no padrão preto original.
Avião Revue
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