Empresas não vão abrir mão de formação de qualidade mesmo com escassez de profissionais, mas podem contratar pessoas mais jovens.
A disputa mais acirrada por mão de obra pode mudar os requisitos exigidos pelas companhias aéreas para a contratação de pilotos. Hoje, as grandes empresas priorizam profissionais experientes, que já atuaram em concorrentes ou em companhias de aviação executiva, regional ou de táxi aéreo. Com a escassez prevista de profissionais para os próximos anos, elas podem exigir menos experiência e investir em treinamento próprio da equipe, afirma o diretor técnico do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Ronaldo Jenkins.
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A mudança de requisitos não vai reduzir a qualidade dos pilotos, segundo Jenkins. A tendência no setor é de uma valorização de profissionais com diploma universitário na aérea de aviação. “Quanto melhor a formação básica de um piloto, mas facilmente ele se adapta a novas tecnologias”, diz o diretor do Snea.
Há 20 instituições de ensino superior que oferecem graduação na área de ciências aeronáuticas, segundo informações da Anac. Poucas, no entanto, são gratuitas, o que aumenta ainda mais o custo de capacitação da categoria.
Entre as faculdades particulares, um dos cursos mais tradicionais é o de ciências aeronáuticas da PUC-RS, criado em 1993 em convênio da universidade com a Varig. Com cerca de 70 vagas por ano, a mensalidade custa cerca de R$ 2.000, segundo o professor do curso, Enio Dexheimer. “A maioria dos alunos são jovens de classe média, apaixonados por aviação.”
Ao ingressas nas companhias aéreas de grande porte, os pilotos passam por uma nova bateria de treinamentos, específicas para as aeronaves operadas. A tendência no setor é aumentar o investimento em capacitação dentro das próprias empresas.
A Azul, por exemplo, criou uma universidade para treinar pilotos e comissários de bordo, sem custos para os funcionários. Os investimentos já somaram U$$ 22 milhões, 90% deles aplicados no simulador de voos da companhia, inaugurado neste mês, segundo o vice-presidente operacional da companhia, Miguel Dau.
ig
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