Em clima de show, anúncio assinala investimento da companhia para avançar no mercado mundial.
São Paulo - Imagine ter o ex-astronauta americano Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, em um evento de sua empresa. Parece coisa de lunático? Pois aconteceu. Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (13), a TAM contou com a presença de Aldrin no anúncio de sua entrada oficial na Star Alliance, a maior aliança de aviação com 26 companhias do porte de United, Continental, TAP Portugal, Air Canada e Lufthansa.
A coletiva, transmitida pela web, teve cara de show, como mostra a própria presença do ex-astronauta que saiu de uma aeronave da TAM com a gravação "Star Alliance", sacudindo uma bandeira da empresa. A TAM é a primeira companhia brasileira a ingressar na aliança, depois do fim da Varig.A pirotecnia investida no evento é proporcional à ambição da TAM. Além disso, não se sabe o cachê de Aldrin para pôr os pés no hangar da empresa, em São Paulo. Mas, a julgar pelo retorno esperado, o desembolso será mais do que compensador. A companhia espera um incremento de 60 milhões de dólares de receitas com a participação na rede mundial de aéreas.
"A entrada na Star Alliance reforça nossa posição de empresa global", disse Líbano Barroso, presidente da TAM Linhas Aéreas. Líder no mercado doméstico há quatro anos, a empresa crescerá também no exterior. Se antes atendia a apenas 18 destinos, com os parceiros terá uma rede de 1.167 destinos em 181 países. Ao todo, são 21.050 partidas diárias, transportando 600 milhões de passageiros ao ano.
Posição estratégica
Segundo Jaan Albercht, presidente da Star Alliance, a TAM é uma parceira importante para o mercado latino americano. A ideia é que nos próximos dois anos a empresa se torne referência global para voos na América do Sul, além de registrar um crescimento entre 3% e 5% em viagens internacionais para outros destinos.
Para Marcelo Mendonça, diretor corporativo da TAM, participar da aliança dá mais força para lidar com questões como a forte desregulamentação dos mercados, aceleração da competitividade e a necessidade de redução de custos.
Desde outubro de 2008 a TAM vem realizando a integração com a Star Alliance. Com o acordo, a empresa ganha mais agilidade para realizar acordos internacionais, suporte internacional de parceiros e cooperação estratégica e política entre os membros. "A TAM adora conviver com o que há de melhor", diz Paulo Castello Branco, vice-presidente de planejamento da TAM. "Nosso objetivo sempre foi aprimorar o que nós oferecemos aos nossos clientes."
Conexões mais rápidas são um desses objetivos, tanto que a TAM mudou seus terminais de Paris e Londres para a área onde se concentram as companhias participantes da Star Alliance. Além disso, a TAM afirma que os clientes terão acessos à salas VIP -- tudo pelo conforto.
É claro que tanto investimento será, em parte, repassado ao consumidor. A política de preços continua individual para cada companhia dependendo dos serviços oferecidos. "Dentro de uma aliança esses serviços tem maior valor agregado", diz Líbano. "Estamos pesquisando uma cobrança de tarifa adicional."
Frota maior
O plano de ampliação da frota foi revisto no início de 2010. A previsão, que era chegar ao fim do ano com 137 aeronaves, agora é encerrar o ano com 148 aeronaves em operação. São mais 11 aviões em relação ao plano anterior, entre os quais estão os 5 da Pantanal, comprada pela TAM em dezembro de 2009. A estimativa para 2014 é ter uma frota com 165 aviões.
O total de 46 aeronaves encomendadas desde 2008 soma 6,9 bilhões de dólares para serem pagos até 2022. O caixa da empresa é favorável: 2,3 bilhões de reais. "Queremos nos concentrar no financiamento das aeronaves que pelos próximos 2 anos está garantido com 200 milhões de dólares", diz ele. A TAM ainda espera uma redução de 6% nas despesas da empresa com a entrada na Star Alliance.
Novos voos
A TAM espera avaliação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para começar a operar voos diários para Bogotá até o final do ano. Já em agosto, a companhia começa a voar cinco vezes por semana para Frankfurt e três para Londres, ambos partindo do aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro. Hoje, a TAM opera nesses destinos apenas a partir de Guarulhos, em São Paulo.
A companhia também realizará entre 35 e 39 voos fretados diários para a África do Sul durante a Copa do Mundo.
EXAME
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