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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

HISTÓRIA DO MONUMENTO DO AVIÃO


Texto de Arlindo Schwantes e Domingos Finato

“Muita gente pergunta sobre a origem, o significado e a história do avião/monumento da Praça Siegfried Roewer de Canarana que se tornou um símbolo de identificação da cidade.

(Aquela cidade onde tem um avião na praça). O Douglas DC-3 – A VACA – Viação Aérea Canarana – começou a voar a serviço da colonização nesta região no final do ano de 1975, transportando agricultores e outros interessados em se transferirem para esta região.

Há pessoas que informam que o avião trouxe os primeiros moradores de Canarana, mas isto não é correto porque em 1975 a vila de Canarana já estava consolidada e os primeiros moradores vieram em 1972.

O que salvou o avião do sucateamento foi a visão histórica que teve o então Administrador Municipal Luiz Cancian como chefe do Poder Executivo em sua primeira gestão, transportando-o, em 1981, do antigo aeroporto para a praça central onde se transformou em monumento histórico.

“O nosso avião – Prefixo PP-YPU – foi fabricado e montado pela Douglas Aircraft Corporation em sua fábrica em Oklahoma City, no Estado de Oklahoma, nos Estados Unidos.
O avião é do tipo Douglas C-47-5-DK, conforme especificações da época, com número de série 12.303.
Em 11 de janeiro de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, com prefixo 42-92496, foi entregue para a USAAF (United States Air Force – Força Aérea dos Estados Unidos).
Em 05 de fevereiro de 1944, com o prefixo FZ 697 foi transferido à RAF (Royal Air Force – Força Aérea da Grã-Bretanha).
A partir de 16 de maio de 1944 ficou baseado em Leicester East na 107ª Unidade de Treinamento Operacional.
Em 01 de março de 1945 foi transferido para a 1333ª Unidade de Transporte em Leicester East, unidade essa transferida em 25 de outubro de 1945, após a guerra, para Syerston.
O avião foi desativado e em 17 de julho de 1946 adquirido pela Canadian Ltd. De Montreal, no Canadá.
Em 13 de dezembro de 1946, foi vendido e entregue para a Linhas Aéreas Natal, RN, com o prefixo PP-JAB.
A Linhas Aéreas Natal foi absorvida pela Real Transportes Aéreos em dezembro de 1950 e a aeronave foi re-registrada como PP-YPU.
Em agosto de 1961 a Real Transportes Aéreos foi adquirida pela Varig e o avião permaneceu com a matrícula(prefixo) PP-YPU.
Em 1969 foi vendido pela Varig para a Caraíba Metais S.A. , uma empresa do Grupo Baby (Francisco) Pignatari e registrado em 21 de março de 1972.
Em 21 de maio de 1976 foi definitivamente entregue à Cooperativa de Colonização 31 de Março Ltda – COOPERCOOL – com sede em Barra do Garças-MT, após ter sido anteriormente registrado na Conagro S.C. Ltda.
Desde 1981 encontra-se em exposição estática em Canarana – MT.
Vemos que, pelo registro de sua história, o nosso avião/monumento lutou na Segunda Guerra Mundial como integrante da Força Aérea da Grã-Bretanha onde os C-47 eram conhecidos como Dakoka. O nosso era um Dakota III.
Quando foi adquirido pela Cooperativa de Colonização 31 de Março Ltda o avião já tinha voado 34.887 horas e 36 minutos.

Estes dados históricos do nosso avião nos foram gentilmente cedidos pela Senhor Martin Bernsmüller de Porto Alegre – RS, que durante muitos anos trabalhou na Varig e na Lufthansa como comissário de bordo e hoje trabalha em uma agência de viagens.

Como vemos o Senhor Bernsmüller forneceu um histórico completo. Ele próprio é quem destaca as qualidades do velho, mas bom DC-3 nos quais muito voou.

O seu hobby é colecionar fotografias de aviões comerciais das quais já possui um acervo de mais de 30.000 exemplares e registrar a história dos aviões que voam e especialmente dos que voaram no Brasil.

Ele tomou conhecimento da existência deste avião através de uma reportagem da Zero Hora de Porto Alegre sobre colonizações gaúchas onde o avião foi retratado”.

Além desta bela história escrita por Arlindo Schwantes, irmão do Colonizador Norberto Schwantes, é bom acrescentar que a iniciativa de tornar esse avião um monumento partiu do então gerente da Coopercol Guido Afonso Rauber.

O mérito do então presidente da Coopercol Bertholdo Grubert e do Administrador Luiz Cancian foi o de aprovar a idéia que Guido apresentou e contribuir com a sua efetivação. A inspiração que levou Guido Rauber ter essa idéia de tornar o avião um monumento veio de uma praça existente na cidade de Canoas-RS, que também tem um avião como monumento.

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