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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Em 2050 Avião ultra-sónico promete ligar Paris a Tóquio em menos de duas horas e meia

O projecto dá pelo nome de ZEHST (Zero Emisssion HyperSonic Transportation) e consiste num avião ultra-sónico de fabrico europeu que poderá ligar Paris a Tóquio em menos de duas horas e meia, em vez das 11 actuais. Mas só em 2050.
O aparelho voará a uma altitude de 32 quilómetros acima do nível do mar

O aparelho voará a uma altitude de 32 quilómetros acima do nível do mar (DR)




O projecto é da responsabilidade do consórcio europeu EADS - European Aeronautic Defence and Space Company, dono da fabricante europeia de aviões Airbus - e vai ser apresentado no Salão Aeronáutico Le Bourget que arranca amanhã nos arredores de Paris.

A EADS estima que estes voos poderão ter como clientes habituais donos de grandes multinacionais, adiantando que os preços dos bilhetes rondarão os 6000/8000 euros para um trajecto entre Paris e Nova Iorque - que se fará em hora e meia.

De acordo com o jornal “Le Parisien”, a maqueta do avião será apresentada amanhã (ver vídeo), bem como as características do aparelho. O avião será capaz de alcançar os 5000 quilómetros por hora, uma velocidade quatro vezes mais rápida que a velocidade do som.

E a cereja no topo do bolo é que este aparelho promete fazer viagens intercontinentais com baixas emissões de gases contaminantes, graças à utilização de combustíveis biológicos.

Este novo aparelho será apresentado oito anos após o derradeiro voo do Concorde (26 de Novembro de 2003), o último aparelho comercial capaz de romper a barreira do som e que fazia a viagem Paris/Londres→Nova Iorque em menos de três horas e meia (em vez das tradicionais oito horas).

O Concorde levava cerca de 120 passageiros a bordo, ao passo que este novo aparelho deverá transportar apenas entre 60 e 100 pessoas.

Este avião ultra-sónico de baixas emissões poderá converter-se no “standard das companhias aéreas em 2050”, disse o responsável de tecnologia e inovação da EADS, Jean Botti, ao diário “Le Parisien”.

O aparelho voará a uma altitude de 32 quilómetros acima do nível do mar. Esta particularidade permitir-lhe-á “não contaminar a capa atmosférica” e alcançar a velocidade de 5000 km/h, indicou ainda Botti.

O avião vai descolar de forma clássica graças a dois turbo-reactores alimentados com carburantes biológicos feitos a partir de algas marinhas.

Uma vez alcançado o corredor dos cinco quilómetros acima do nível do mar, três motores propulsionados por uma mistura de hidrogénio e oxigénio entrarão em acção, ajudados por um reactor concebido a partir da tecnologia utilizada nos foguetões Ariane.

Nessa altura o aparelho terá já uma velocidade 2,5 vezes superior à do som.

Quando finalmente o aparelho alcançar o corredor dos 32 quilómetros de altitude, entrarão em funcionamento os reactores que permitirão que o avião atinja os 5000 km/h, a sua velocidade de cruzeiro.

A aterragem acontecerá igualmente de forma clássica, impulsionada pelos turbo-reactores.

O projecto terá de contar com financiamento europeu, no âmbito de um programa comunitário de redução da poluição.

O Salão Aeronáutico de Le Bourget terá ainda uma outra novidade, desta feita americana. O principal rival da Airbus, a Boeing, irá apresentar pela primeira vez fora do seu país o avião de transporte 747-8 alimentado exclusivamente a carburantes biológicos.

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