Gol descarta demissões e aumento de preços
Após unificação das marcas, empresa planeja renovar a frota, com novos pedidos a Boeing
A Gol anunciou, nesta segunda-feira, a extinção da marca Webjet e descartou demissões e aumentos de preços, após a aquisição da companhia aérea divulgada na última sexta-feira (7). Além disso, após a total integração de ambas as companhias (que só poderá ser concluída após as aprovações da Agência Nacional de Aviação Civil - Anac, e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade), a Gol também planeja renovar a frota, provavelmente com novos pedidos a Boeing. "Como as duas empresas atuam no mesmo segmento, não faz sentido manter as duas marcas", afirmou presidente-executivo da Gol, Constantino de Oliveira Junior.
"A tendência é, uma vez obtendo a aprovação do Cade, unificar a marca com da Gol, e também os produtos, como programa de milhagem, venda a bordo, Gollog Express (serviço de cargas), e todas as conveniências que a Gol oferece a seus clientes", revelou as acionistas em teleconferência, ao lado do vice-presidente de Finanças e Planejamento, Leonardo Pereira e do diretor de Planejamento, Rodrigo Alves.
De acordo com Constantino, "a operação faz parte da estratégia da Gol de fortalecimento no mercado doméstico, aumentando sua participação nos principais aeroportos brasileiros, inclusive nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, o com maior número de freqüência do Brasil".
Segundo o executivo, "a Gol é a companhia mais preparada para receber o crescimento da classe média no Brasil". "Com essa aquisição, a companhia espera que possa ampliar e fortalecer seu modelo de baixo custo e baixa tarifa no mercado doméstico", afirmou, comentando que, neste atual cenário, onde a demanda pelo setor aéreo aumenta de maneira relevante, a Gol continuará com sua missão de popularizar o transporte aéreo, e pretende atuar como uma das líderes no segmento de baixo custo no mundo.
"Estamos confiante que, com esta aquisição, a Gol se tornará um player ainda mais forte aproximando pessoas com segurança e inteligência. Continuamos com a missão de popularizar o transporte aéreo no Brasil e região e, com isso, nos tornar uma das líderes de aviação de baixo custo no mundo", disse o vice-presidente de Finanças e Planejamento, Leonardo Pereira. "Essa é uma aquisição diferente. São duas empresas com filosofias muito parecidas. Acreditamos que este processo de integração deva ser, a partir do momento que for aprovado pelas autoridades regulatórias, muito focado em melhorias para o cliente, mas que tenha o mínimo de impacto na continuidade na operação da Gol", completou.
A operação ainda está sujeita a autorização das autoridades regulatórias, inclusive o Cade e a Anac. Até a aprovação de tal órgão, as empresas continuarão totalmente separadas em termos de gerenciamento e operação; até a aprovação do Cade, as empresas manterão as estruturas separadas e vão operar em conjunto.
A operação, de acordo com o vice-presidente de Finanças e Planejamento, Leonardo Pereira, tem um valor de firma, aproximado e não-ajustado, de R$ 311 milhões. "Nós assumiremos uma dívida de R$ 215 milhões, e estimamos que haja uma sinergia de, pelo menos, R$ 100 milhões entre as empresas", comentou.
De acordo com o executivo, após a integração, haverá a sinergia corporativa (o que deve demandar R$ 60 milhões, com padronização de processos, ganho de escala junto a fornecedores (combustível), além da ampliação no modelo de distribuição via Internet. "Também, integrando nossas bases, podemos trabalhar juntos e crescer juntos", comentou.
O presidente da companhia também classificou como "um movimento natural" a integração das malhas da Gol com a WebJet. Segundo ele, a WebJet possui grande representatividade nos principais aeroportos do país, e, consequentemente, após a integração das malhas aéreas, a participação de mercado da Gol aumentará de forma considerável. A aquisição também fortalecerá a Gol como a maior companhia aérea em termos de passageiros transportados no mercado doméstico.
"Certamente faremos uma renovação de frota, com aviões novos, mais eficientes do ponto de vista do consumo de combustível, o que será muito importante nesse processo", disse o vice-presidente.
A Gol pode aumentar seu pedido de aviões a Boeing, renovando a frota da Webjet, principalmente por causa da frota da companhia, composta por 24 jatos 737-300, modelo mais antigo que os 737-700 e 737-800 atualmente utilizados pela Gol, que deseja manter sua frota mais jovem. A renovação, de acordo com Constantino, pode acontecer entre 18 a 24 meses, dependendo da aprovação da Anac e do Cade.
"A Gol tem um mix de B737-700, B737-800, que são aviões de nova geração, são bastante eficientes do ponto de vista do consumo de combustível... A partir do momento que tivermos a integração das malhas, e uma operação conjunta, pensaremos em como vamos proceder a respeito da frota de aviões", afirmou.
Ainda de acordo com ele, há possibilidade de ampliar o pedido a Boeing, mas o principal problema é que, se o pedido for feito hoje, a fabricante só entregará as encomendas em 2016 - o que não vai resolver o problema no curto prazo.
De acordo com indicadores pró-forma da Gol, em dezembro deste ano, a frota da companhia aérea poderá sair de 111 e passar para 135; os vôos diários de 900 para 1,054; os destinos, de 49 para 50; o número de funcionários dará um salto de 18.776 para 20.459; a oferta (ASK), de 45.534 para 50.936; e a demanda (RPK) para 34.551, de 30.431.
"Gostaria de enfatizar que, nos últimos anos, a Gol vem se demonstrando bastante consistente em termos de plano de frota e em ser prudente em termos de adição de capacidade", comentou Leonardo. "E nós continuaremos a fazer isso e não vamos alterar esta política", complementou.
Constantino também destacou "os benefícios que os passageiros continuarão a ter", como o Programa Smiles, que já conta com 6,7 milhões de participantes e 170 empresas parceiras, além de outras inovações.
monitor mercantil
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