O que aconteceu com o avião de Amelia Earhart quando ele desapareceu no oceano Pacífico 75 anos atrás há muito intriga os fãs da aviação. Na terça-feira, autoridades do governo americano e um grupo privado de historiadores devem anunciar um novo esforço para localizar o famoso bimotor Lockheed de Earhart.
A iniciativa, prevista para começar em julho, será financiada com cerca de meio milhão de dólares em fundos privados, de acordo com pessoas a par do assunto. Ela se concentrará em um atol remoto no Pacífico, chamado Nikumaroro, no meio do caminho entre o Havaí e a Austrália, próximo de onde o avião que levava Earhart e um companheiro pode ter caído, durante uma tentativa de dar a volta ao mundo.
Uma equipe de buscas se concentrará nas águas profundas próximas a Nikumaroro, o mesmo local de uma busca realizada em 2010 e que mirou nos recifes de corais e águas rasas, dizem pessoas a par do assunto.
O ímpeto para a nova expedição veio, em parte, de uma fotografia descoberta recentemente, aparentemente tirada perto de Nikumaroro apenas alguns meses depois do desaparecimento de Earhart. Alguns especialistas acreditam que ela talvez mostre uma parte do trem de pouso do avião.
Funcionários do Departamento de Estado reuniram-se às pressas na segunda-feira à noite para descrever a foto. Após uma "análise muito detalhada da foto" por parte de especialistas de dentro e fora do governo, "a decisão é de que vale a pena explorá-la", segundo um funcionário sênior do governo.
O funcionário acrescentou que "precisa existir uma dose muito saudável de ceticismo".
A busca será liderada pelo Grupo Internacional para Recuperação Histórica de Aeronaves, que esteve à frente de iniciativas anteriores. O grupo tem defendido a teoria de que a famosa aviadora e Fred Noonan, o outro membro da equipe presente no voo de julho de 1937, acabaram perto ou na própria costa oeste da ilha, anteriormente chamada de Ilha Gardner.
O explorador submarino Robert Ballard deve expressar seu apoio à nova busca. Ballard recuperou relíquias e destroços, entre outros, do Titanic, do navio de guerra alemão Bismarck e do barco de patrulha PT-109 do presidente John F. Kennedym. O Departamento de Estado disse estar "trabalhando junto" com Ballard no que será uma busca sonar sofisticada.
Nem todos os especialistas de aviação acreditam que o avião de Earhart caiu no atol do Pacífico ou perto dele. Alguns teóricos acreditam que o mau tempo faz com que o avião ficasse sem combustível, levando-o a afundar no oceano. Membros da nova equipe de busca se recusaram a comentar onde eles pretendem procurar e quem está financiando a expedição.
Um evento marcado para terça-feira no Departamento de Estado, em Washington, deve revelar mais detalhes. A secretária de Estado, Hillary Rodham Clinton, enviou convites prometendo abrir "um novo capítulo na busca" pelo famoso avião.
Já que a ilha agora é parte da República de Kiribati, funcionários do Departamento de Estado têm ajudado a preparar o caminho para a busca.
O avião de Earhart estava a um passo de completar uma viagem ao redor do mundo que seria um recorde, mas desapareceu antes de chegar à Ilha Howland, que a marinha dos Estados Unidos havia equipado com uma pista de pouso, tanques de combustível, um transmissor de rádio e equipe de apoio. A última e frenética transmissão de rádio de Earhart a um barco da guarda costeira, possivelmente avisando que ela e Nooman estavam perdidos, somou-se ao mistério.
Earhart ficou famosa mundialmente no início da década de 30, quando bateu diversos recordes de aviação em um avião Lockheed Vega que ela chamava de "pequeno ônibus vermelho". Ela virou uma sensação por ter sido a primeira mulher a voar sozinha através do Atlântico, bem como por atravessar os EUA sem fazer paradas.
wall street journal
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