A reunião realizada na tarde desta quarta-feira entre representantes dos sindicatos de aeronautas (tripulantes), aeroviários (que trabalham nos aeroportos) e companhias aéreas terminou em impasse. As empresas propõem a mudança da data-base destes profissionais de 1º de dezembro para 1º de abril.
Segundo Odilon Junqueira, negociador das empresas, o objetivo é evitar a repetição do que tem acontecido nos últimos anos, em que os funcionários ameaçam fazer paralisações durante as festas de fim de ano.
"É inadequado discutir isso em dezembro. Há um problema de infraestrutura, de demanda elevada no período e ainda coincide com o Natal. Seria melhor para toda a sociedade transferir a data para abril", disse.
Junqueira afirma que no fim do ano as companhias aéreas já estão pressionadas por itens como fechamento de balanços e atendimento da demanda e que a transferência poderia resultar em maior atenção às reivindicações. A proposta apresentada pelas empresas resultaria em reajuste entre 5% e 5,5%, de acordo com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), acumulado no período de dezembro de 2009 a novembro de 2010. O reajuste incluiria salários, diárias, ticket alimentação e cesta básica.
Somente em abril os trabalhadores do setor discutiriam o aumento real nos salários, além do índice de inflação acumulado de dezembro a março.
Junqueira classificou a possibilidade de uma greve no fim do ano dos funcionários das companhias aéreas como "uma temeridade". Ainda estão previstas rodadas de negociação nas próximas semanas.
Para Uébio José da Silva, presidente da FNTTA (Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo), a proposta não será aceita. "Não descartamos a paralisação. É um direito do trabalhador. As empresas estão em céu de brigadeiro, com 14 milhões de bilhetes vendidos para o fim do ano e não querem dar nada para o trabalhador", disse. Até o dia 30 serão realizadas assembleias para discutir as propostas. Ele avalia que a mudança da data-base reduziria a margem de negociação dos funcionários.
Os trabalhadores pedem reajuste mínimo de 15%, além da concessão de outros benefícios.
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