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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Aeroportuários prometem parar se Jobim insistir em concessão de aeroportos




Representantes de sindicatos de diversas categorias de trabalhadores do setor de transportes disseram nesta quinta-feira (9) esperar que, em até 30 dias, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ou o presidente Lula, decida se o projeto de abrir a concessão de 12 aeroportos brasileiros terá continuidade

De acordo com o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes (CNTT), Paulo João Estausia, após esse prazo, caso ninguém se manifeste, ou o ministro mantenha o plano de entrega dos terminais, os trabalhadores irão paralisar os aeroportos. "Vamos fazer uma greve apoiada por todo o movimento sindical. Aí, obviamente, não haverá decolagem. Essa decisão já foi tomada pelos trabalhadores em todo o Brasil”, avisou.

Durante todo o dia, aeroportuários e sindicalistas de outras categorias fizeram manifestação no Aeroporto Internacional de Brasília - Juscelino Kubitschek. A manifestação, pacífica, não impediu a livre circulação dos passageiros, nem o funcionamento normal do terminal, apesar do barulho provocado pelo carro de som e pelos apitos.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), que é ligado à CNTT, os trabalhadores estão enviando um recado ao próprio presidente Lula e esperam que ele se manifeste contra a concessão dos terminais. O presidente do Sina, Francisco Lemos, disse que os argumentos contra a privatização não são apenas teóricos, mas também técnicos.

“Esses 12 aeroportos, que incluem Viracopos [em Campinas, São Paulo] e Galeão [no Rio de Janeiro], sustentam os outros 56 terminais do país, que são deficitários. É assim que se torna possível que uma pessoa decole de Brasília, num aeroporto com estrutura, e pouse em Teresina, num aeroporto também com estrutura”, explicou.

Ainda de acordo com Lemos, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) é saudável e transfere indiretamente, inclusive, recursos que ajudam a sustentar aeroportos municipais e estaduais que não poderiam ser mantidos por si só.

Experiência semelhante no sistema aeroportuário do México ou da Argentina mostrou-se “desastrosa”, afirmou Lemos. Para ele, as crises econômicas mostram a diferença quando os aeroportos são estatizados. “A Argentina privatizou e agora está querendo reestatizar, porque os terminais estão sucateados. A crise chegou, e a Infraero não mudou uma vírgula no programa de investimentos dela. Agora é só vender para ver se na primeira crise não vai haver redução de investimentos e corte de empregos”, disse.

O movimento sindical afirma ser contrário também à ideia de abrir o capital da empresa, mas, segundo Paulo Estausia, da CNTT, aceita negociar. “A abertura de capital tem um bom exemplo, que é o da Petrobras. Desde que o Estado não perca o controle da empresa. Mas passar o controle da administração, como no caso desse projeto, é preocupante”, finalizou.

Agência Brasil


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