O SNPL "pediu que toda a frota seja equipada com sensores do tipo Goodrich (construtor americano) em substituição aos sensores Thales", disse à AFP Erick Derivry, porta-voz do SNPL.
A Air France reconheceu na noite de terça-feira que um de seus Airbus A320 sofreu em julho um incidente ligado a um sensor Pitot, encarregado de medir a velocidade do aparelho. Este avião estava equipado com um novo modelo da marca francesa Thales, diferente do também sensor Thales que equipava o A330 da Air France acidentado entre Rio de Janeiro e Paris.
Sobre o incidente com o A320, "há um conjunto de elementos que mostra que tem a ver com outros incidentes do AF447 (Rio-Paris)", afirmou Derivry.
Imagem de um sensor de velocidade abaixo da logomarca da Air France - KLM
Portanto, os novos sensores Thales "não parecem ter contribuído para as melhorias previstas e pedimos modificação na frota para colocar sensores que nunca foram alvo de nenhuma recriminação", continuou.
Esta instalação pode ser "progressiva" e eventualmente podemos usar, em um primeiro momento, uma combinação das duas marcas de sensores, segundo o sindicato.
Segundo o SNPL, 70% da frota mundial de aviões comerciais são equipados com sensores americanos Goodrich, que nunca foi citado em incidentes anteriores.
Parece que existe um "problema de envelhecimento dos sensores Thales" e temos que fazer alguma coisa, disse Marcel Thibault, membro do sindicato Alter.
"A substituição não é uma má ideia", disse o presidente do Sindicato dos Pilotos da Air France (Spaf), Gérard Arnoux. Ele pediu, além disso, que a frequência da limpeza dos tubos, que podem ser obstruídos pela água, passe de "18 meses para seis meses".
O novo incidente, com uma perda de informações relativas à velocidade, aconteceu no dia 13 de julho entre Roma e Paris. Segundo a Air France, que confirmou uma informação do jornal "Le Figaro", "o problema durou apenas alguns segundos e não houve nenhuma consequência para os passageiros".
Os sensores Pitot foram questionados por vários sindicatos após o acidente do AF447, cujas causas ainda não foram determinadas. Depois deste acidente, a Air France acelerou a substituição dos sensores pelos modelos mais recentes.
O Escritório de Investigações e Análises (BEA), encarregado da investigação técnica sobre o acidente do voo AF447, confirmou nesta quarta-feira que está estudando o problema ocorrido em 13 de julho com o A320 da Air France.
"Estamos estudando esta ocorrência como parte do conjunto das avarias ligadas às indicações de velocidade em voo", disse uma porta-voz à AFP.
Na Thales, ninguém quis comentar o assunto à imprensa nesta quarta-feira. O presidente da Thales, Luc Vigneron, questionado segunda-feira na apresentação de resultados do grupo sobre a confiabilidade destes sensores, declarou que "cabe aos especialistas fazer este trabalho".
"Estamos acompanhando de perto as evoluções das investigações e veremos o que vai dar", disse.
AFP
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