Guilherme Paulus falou dos efeitos da crise no mercado de turismo ao G1.
Apesar do 'susto' do início do ano, operadora prevê crescer 10% em 2009.
Em entrevista da série "Empresas e as Soluções para a Crise", o presidente do conselho de administração do Grupo CVC, Guilherme Paulus, afirmou que os preços das passagens áereas no Brasil ainda são muito caros. O executivo da empresa, proprietária da aérea Webjet, que hoje disputa o terceiro e o quarto lugares no país com as companhias Azul e Ocean Air, diz que o mercado de aviação no Brasil não é "só para duas empresas".
Para Paulus, a estratégia para baratear os preços das passagens aéreas no Brasil passa pelo aumento do volume de passageiros e também pela questão tributária. "O governo (precisa) colaborar um pouco com os impostos, (...) principalmente se a gente for competir com o mercado internacional", diz ele, ressaltando que empresas de diversos países, incluindo a Argentina, arcam com custos bem inferiores aos brasileiros.
A Webjet, com suas 16 aeronaves, atua em rotas na aviação comercial e não tem estrutura para atender ao fretamento de voos da CVC – a maior parceira da companhia neste sentido, aliás, é a TAM. "Ela é uma empresa do grupo CVC, tem vida própria (...). Nós somos acionistas da Webjet. É claro que no futuro ela provavelmente poderá atender a CVC", explica Paulus.
Pacotes
É com base no volume de passageiros, aliás, que o presidente da CVC afirma ter condições de oferecer passagens mais baratas a seus clientes. Segundo ele, o preço de uma passagem em um avião fretado pode cair entre 50% e 70%. "Quando a CVC freta um avião, não está comprando um lugar só da companhia aérea", explica ele, lembrando que a operadora geralmente calcula pelo menos 90% de ocupação ao fretar uma aeronave.
De acordo com Paulus, uma viagem feita individualmente custa pelo menos 50%mais do que uma feita com pacote. Segundo ele, a mesma relação de volume de reservas das passagens aéreas se aplica aos hotéis e outros meios de transporte. "Se você pegar para se locomover um táxi do aeroporto para o hotel, (...) se dividir por quatro até que fica um preço razoável. Se você dividir um ônibus de turismo por 40, o custo é bem inferior", exemplifica.
Mesmo com boas ofertas, entretanto, Paulus diz que o fator crédito é fundamental para alavancar as vendas. Quanto mais facilitado, melhor. Hoje, de acordo com o executivo da CVC, os pacotes da empresa são parcelados em até 12 vezes, no cartão, no boleto bancário ou no cheque pré-datado.
G1
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