Combo da Gol: sai mais barato que lanchonete de aeroporto
Houve uma época que voar de avião era um ato elegante, e serviço de bordo, cortesia e tratamento vip. Comer no ar era sinônimo de banquete. Só havia um sério problema: um reduzidíssimo grupo tinha condições para pagar a passagem.
Felizmente o mundo mudou. Os vôos se tornaram acessíveis. A redução drástica de tarifas continua a ocorrer, o que permite mais gente voar. Claro que há contrapartida: ninguém faz milagre, e cortar custos implica em eliminar regalias. Foram-se os tempos de brindes, boquinhas gratuitas nas salas de embarque e refeições fartas nos céus, bagagem sem pagar excesso, poltronas espaçosas. Esta é uma tendência mundial, mas é também algo muito democrático. Antes, pagava o mesmo tanto quem viajasse com uma maleta ou cinco malas, quem não comia no vôo que se fartasse. Magros subsidiavam obesos com espaço adicional nas poltronas. Isto acabou. As passagens ficaram mais baratas, sim, mas agora quem consome mais paga mais por isto.
Este assunto vem à tona por conta de um motim a bordo patrocinado por uma senhora durante um vôo da Gol semana passada de Recife para São Paulo, indignada por ter que custear sua refeição a bordo. Este ato serve só para penalizar uma companhia aérea que, apesar de eventuais tropeços, busca inovar para que mais gente possa voar. E olha que a briga foi por pouco: o cardápio da Gol oferece sanduiche e bebida entre 10 e 15 reais, menos do que o viajante gasta em qualquer aeroporto. Lá fora é assim há tempos. Nas viagens internas nos Estados Unidos as companhias só dão amendoim e refrigerante. E ninguém faz motim,como não faz com trem ou ônibus que nunca deram nada. Quem não quiser, compra comida no aeroporto ou traz de casa. Até porque avião é meio de transporte, e não restaurante a bordo.
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