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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Processo da 'velha' Varig chega ao fim




O juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 1ªVara Empresarial do Rio, decretou o fim da recuperação judicial da "velha" Varig, que opera atualmente com a bandeira Flex. De acordo com ele, as obrigações do plano de reestruturação foram cumpridos "no prazo de dois anos". Mas, levando-se em conta o pedido da empresa para entrar nesse processo, em junho de 2005, passaram-se quatro anos.

A partir da publicação dessa sentença, o que ocorreu no dia 1º, Ayoub informa que a Flex terá um prazo de 10 dias para a transição da gestão da companhia, que deve voltar para a Fundação Ruben Berta, acionista majoritária da Flex, com 87% do capital. A Fundação havia sido afastada da gestão da Flex por Ayoub em dezembro de 2005 e informou que só vai se pronunciar sobre o fim da recuperação judicial após analisar as últimas decisões de Ayoub.

Passivo

O fim da recuperação judicial da Flex, que herdou um passivo de cerca de R$ 7 bilhões, acontece em meio à perspectiva de a empresa obter uma indenização por perdas com o congelamento de tarifas entre os anos 80 e 90. O que ficou conhecido como "acerto de contas" entre o que o governo deve à Flex e os impostos que a empresa deve ao governo, no entanto, está em compasso de espera.

Isso porque uma disputa de valores a serem pagos pela União à Flex tem emperrado a negociação. As conversações estão sendo conduzidas pela Advocacia Geral da União (AGU). Segundo fontes do setor, a AGU não teria concordado com o pedido de até R$ 5 bilhões a serem desembolsados no prazo de cinco anos, feito pela Flex, pelo fundo de pensão Aerus e por credores trabalhistas. Para a AGU, o valor correto seria em torno de até R$ 3 bilhões.

Operação limitada

A Flex opera com apenas um avião, um Boeing 737-300 que era da Gol, atual controladora da nova Varig. A companhia vem operando voos para a própria Gol/Varig, por meio de acordos. Além desse contrato, a empresa complementa sua receita com o centro de treinamento de pilotos e aluguéis de imóveis. Desde que voltou a operar, em junho de 2008, a Flex convive com dificuldades de equilibrar seu caixa.

Em julho de 2006, a empresa sem dívidas e com a marca Varig foi leiloada pelo preço mínimo de US$ 24 milhões, mais obrigações, e foi arrematada pela sua ex-subsidiária VarigLog, na época controlada pelo fundo Matlin Patterson em sociedade com três investidores brasileiros. Em março de 2007, a Varig foi comprada pela Gol por US$ 320 milhões.

AE

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