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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A escolha do presidente da TAM deve levar em conta a sua importância como companhia aérea de bandeira no Brasil da Copa do Mundo e das Olimpíadas



Uma semana antes de ser oficializada a saída do comandante David Barioni da presidência da TAM, a sua rápida passagem pela festa do Top TAM já assinalava que algo de estranho estava acontecendo.
No hotel Iberostar Praia do Forte, estavam reunidos 500 convidados especiais da companhia aérea. Eram os seus maiores vendedores, ou seja, agentes de viagens, operadores e consolidadores não apenas do Brasil, mas dos principais países do mundo. Apesar da seleta plateia, Barioni desembarcou, em Salvador, em um jatinho, pegou um helicóptero e ficou menos de duas horas no hotel, com tempo suficiente para, apenas, fazer uma abertura formal e tirar algumas fotos, retornando no mesmo ritmo relâmpago para o Rio de Janeiro.

Dois anos antes, em um evento similar, ele havia sido oficializado como novo presidente e estreou confraternizando em um corpo a corpo altamente produtivo com esses pilares de vendas da TAM. A sua passagem, a jato, por Salvador, porém, colocou uma pulga atrás da orelha de muita gente, principalmente porque corria a notícia de que o seu contrato havia vencido em setembro e que ainda não havia sido renovado.

Pela primeira vez, a TAM trazia os seus vendedores internacionais e a chance de um corpo a corpo com o presidente da empresa seria superprodutiva. O papel de anfitrião coube exclusivamente ao vice-presidente, Paulo Castello Branco, que foi brilhante na sua apresentação e na atenção especial aos membros do Top TAM. Presente ao Iberostar desde a véspera, Castello Branco costurou acordos e atendeu, pessoalmente, os convidados, ao lado do seu diretor de vendas, Klaus Kühnast.

Se a saída precipitada de Barioni da festa não causou prejuízo à TAM, foi recebida, por alguns, como um ato político, que só acelerou a decisão dos acionistas de abreviar a sua saída.

A TAM vive hoje uma das etapas mais decisivas da sua vitoriosa jornada. A contratação de Barioni cumpriu a sua missão de recuperar a imagem de uma empresa de aviadores. Talvez, um dos erros de marketing tenha sido personalizar em excesso a figura do gestor principal, papel que cabe exclusivamente ao seu fundador. A volta aos princípios originais de Rolim poderia ter sido feita sem a exposição desgastante de imagem do presidente executivo, o que potencializou problemas do dia a dia.

A imagem do comandante Rolim é incomparável, principalmente porque, nela, materializava-se não apenas a figura do “comandante”, mas a do acionista principal, a do dono da empresa. Qualquer tentativa de reeditá-la, utilizando outros personagens, sempre ficará capenga.

A TAM deve mirar com cuidado o exemplo da Varig e de quanto foi desgastante a troca constante de gestores e, principalmente, de inventar figuras externas, como foi o caso de Ozires Silva, além da pá de cal que foi a contratação da equipe de “notáveis”, uma constelação de gestores-coveiros que enterraram a empresa no suicídio da recuperação judicial.

Os acionistas da TAM já tinham dado sinal de acerto profundo ao trazer de volta para a sua convivência Marco Antonio Bologna, um estrategista que ajustou a vida da empresa e só cometeu um pecado: transformar-se em vitrine quando assumiu o comando do Sindicado das Empresas Aéreas e acabou, involuntariamente, trazendo para a empresa a ira do poder concedente, em pleno período de caos do sistema e, principalmente, do colapso provocado pelo confronto com os controladores aéreos após o acidente da Gol.

O seu regresso como conselheiro da família Amaro restaura uma visão estratégica de gestão que não pode ser esquecida novamente. O seu papel na historia é muito superior ao de ser, novamente, o CEO da empresa, principalmente quando surgem grandes oportunidades de novos negócios. Ter colocado Bologna novamente ao lado de dona Noemy, da Maria Cláudia e do comandante Maurício é um dos grandes milagres do santo Rolim!

O que a TAM precisa é de um novo presidente, que também conheça aviação, conheça a própria TAM e compreenda o seu papel consolidado como a nova empresa de bandeira do Brasil.

O seu ingresso definitivo na Star Aliance, em 2010, a mudança de plataforma de TI para o Amadeus, e o cenário da companhia para o Brasil da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas 2016 garantem, pelo menos, sete anos de bonança na vida da TAM. Os próximos anos são favoráveis a consolidar a expansão internacional da companhia e, ao se firmar como a empresa de bandeira de um novo Brasil, a TAM acaba sendo, com as suas novas aeronaves e com o seu serviço internacional sofisticado, a imagem dessa nova fase.

O seu novo CEO não pode ser um neófito neste cenário de conquistas e deve assumir o comando já, sabendo o que deve fazer e como fazer. No mercado doméstico, como líder, o planejamento eficaz garante a lucratividade, e, no internacional, com o Brasil da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, cada segundo é precioso na ocupação de espaço. Ser a companhia aérea de bandeira do Brasil exatamente neste momento é tirar a sorte grande, sem dúvida, mais um milagre do santo Rolim, que deve iluminar os seus herdeiros na escolha de uma solução de casa, que evite o risco de apostar em quem não conhece todos os nuances de gestão e relações internacionais de uma companhia aérea.

Já o comandante David Barioni cumpriu a sua missão e sai de cabeça erguida. No seu currículo, duas histórias de sucesso: a criação da Gol e a colocação da TAM na sua volta às origens. Ainda jovem, ele poderá contribuir muito para o País, que carece de executivos com a sua bagagem e capacidade de fazer história.
Jornal de Turismo

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