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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

BHS ganha altitude


Galvão, da BHS: ampliação da frota para atender aos contratos assinados com a Petrobras

O petróleo da camada do pré-sal ainda não começou a jorrar, mas ele já está gerando grandes oportunidades de negócio. No início de novembro, aterrissou no Aeroporto de Cabo Frio (RJ) o gigante Antonov NA-124, o maior avião do mundo. Trazia em seu interior uma carga preciosa: dois helicópteros EC-225 Super Puma com o logo da BHS, empresa surgida em São Paulo que hoje é controlada pela canadense CHC, maior operadora de helicópteros do mundo. Até meados de janeiro de 2010, a cena deverá se repetir muitas vezes.

A BHS finalizou recentemente a compra de dez aeronaves produzidas pela francesa Eurocopter. O negócio, avaliado em US$ 225 milhões, é um dos maiores já feitos no setor e marca a entrada em operação no mercado brasileiro das robustas aeronaves, cuja versão militar foi adquirida recentemente pelas Forças Armadas. Essa é a principal arma da BHS, que passa a contar com uma frota de 30 helicópteros, para buscar a vice-liderança do setor de táxi aéreo.

O ranking hoje é liderado pela Líder Aviação, seguida da Omni. "A ampliação da frota permitirá aumentarmos em 55% nosso faturamento em 2010, em relação a 2009", diz Décio Ricardo Galvão, diretor-executivo da BHS. Ele não revela, porém, o valor de suas receitas. Segundo ele próprio admite, os negócios do petróleo devem gerar um impulso não só para a BHS, mas para todo o setor. Executivos da área estimam que o segmento de aluguel de aeronaves deverá dobrar de tamanho nos próximos dez anos.

Com a exploração petrolífera cada vez mais longe da costa, o transporte de pessoal e de suprimentos por via marítima foi se tornando inviável. Os últimos catamarãs usados pela Petrobras na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, deixaram de operar há quatro anos. Desde então, as companhias aéreas tiveram de apostar em aeronaves capazes de transportar um grande número de pessoas a uma distância cada vez maior.

O plano de voo traçado pela BHS, porém, enfrenta algumas turbulências. A empresa está com dificuldade para acomodar as novas aeronaves. Suas bases de operação nos aeroportos de Jacarepaguá e de Macaé, ambos no Rio, mal comportam a frota atual. Para sair do aperto, a empresa pretende expandir os hangares existentes e construir um novo prédio em Cabo Frio. Essa unidade atenderia clientes com plataformas na Bacia de Santos.

O projeto prevê um desembolso total de R$ 28 milhões. A maior fatia, de R$ 15 milhões, será aplicada em Macaé. O diretor da BHS culpa a morosidade da Infraero, estatal que controla os aeroportos brasileiros, pelas dificuldades de espaço. "Estamos há três anos pleiteando terrenos adicionais, mas a burocracia vem dificultando nossa atuação", critica Galvão.

A direção da estatal alega que não é bem assim. A Infraero enviou comunicado à DINHEIRO rebatendo as afirmações do executivo da BHS. A nota diz que a licitação realizada no início deste ano, em Macaé, foi cancelada porque as empresas que participavam da concorrência, a BHS e a Emar Táxi Aéreo, falharam em apresentar a documentação necessária.

Uma opção, de acordo com o dirigente da BHS, seria concentrar os investimentos em Cabo Frio, já que a área é operada pela iniciativa privada. Apesar disso, Galvão se mostra confiante em uma solução rápida para o problema. De preferência na velocidade do EC-225 Super Puma.
Isto é Dinheiro