Genebra, 18 mai (EFE).- A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) criticou nesta terça-feira as autoridades europeias, especialmente as responsáveis pela navegação aérea, pelos constantes fechamentos de espaços aéreos como medida de precaução diante da expansão da nuvem de cinza vulcânica.
"Este problema não vai desaparecer rapidamente. O sistema de fechamento dos espaços aéreos na Europa não está funcionando", disse a Iata em referência ao cancelamento de 1 mil voos nesta segunda-feira pela contínua erupção do vulcão islandês.
Por isso, reivindicou aos envolvidos que "desenvolvam procedimentos precisos para identificar o espaço aéreo atingido pela cinza e permitir um número maior de voos".
O diretor do organismo que representa duas centenas de companhias aéreas, Giovanni Bisignani, disse que estão ocorrendo "fechamentos desnecessários".
Sem comprometer a segurança, ele acredita que é possível tomar decisões baseadas em fatos e "não em modelos teóricos". Entre os bons exemplos a serem seguidos, sugeriu os adotados por França e Reino Unido, que deveriam servir de inspiração a outros países europeus.
A França conseguiu manter aberto seu espaço aéreo complementando a informação recebida do centro de controle de cinzas vulcânicas com perícia própria.
Já a autoridade britânica anunciou que trabalha com as companhias aéreas e fabricantes de aviões para delimitar a área de restrição.
Outro exemplo são os Estados Unidos. Lá, as autoridades identificam áreas restritas aos voos pelas altas concentrações de cinzas. No restante do país, a responsabilidade de decisão é transferida as companhias aéreas.
Desde que o vulcão começou a expelir cinza em abril, segundo a Iata, ao menos 200 mil voos ocorreram no espaço aéreo europeu. Nesse período, nenhum avião informou sobre níveis "significativos" desta matéria, o que foi confirmado posteriormente por meio de inspeções nos motores das aeronaves.
Bisignani disse que a aviação civil europeia não dispõe de meios para realizar testes de concentração de cinzas nos aviões. Ele sugere que os organismos europeus deveriam buscar a colaboração de outros países e de entidades militares para melhorar a eficiência dessas avaliações.
epa
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