Prejudicada por uma greve da Aerolineas Argentinas, Mariana Coldebella Pereira (foto abaixo) chegou cinco dias atrasada na Semana de Moda de Milão.
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Mãe (Lorita Coldebella Pereira) e filha (a modelo Mariana Coldebella Pereira - 22 de idade) tinham passagens de retorno de Buenos Aires a Porto Alegre marcadas para 12 de janeiro de 2008. Mariana tinha confirmado participação em diversos castings – seleções -, como a Semana de Moda de Milão, que se realizou até 18 de janeiro. No dia 13 ela embarcaria para o Rio de Janeiro e, no final da tarde, seguiria para Paris. Na manhã seguinte, voaria para Milão.
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Segundo a representante da agência de modelos para qual a modelo gaúcha trabalhava, a situação provocou a perda de uma semana de castings importantes em Milão (pré-ensaios nos quais as manequins realizam testes para todas as grifes participantes do evento). A modelo fotografaria um ensaio com um ótimo fotógrafo naquela semana, o que não foi possível ser remarcado, contou a representante. Esse testemunho comprovou que, devido ao atraso, a modelo deixou de auferir ganhos.
Para o juiz Volcir Antonio Casal, da 14ª Vara Cível de Porto Alegre, a causa do atraso do voo não foi demonstrada a contento pela empresa, bem como as alegadas tentativas de acomodação junto a outras companhias. Com relação à greve dos funcionários, o magistrado entendeu ser de responsabilidade da empresa, "pois não se trata de força maior ou ato de terceiro, havendo assim a falha na prestação do serviço".
A sentença condenou a Aerolineas a ressarcir R$ 865,02 para cada autora, referentes aos gastos com novas passagens aéreas, além do pagamento de reparação por danos morais fixada em cinco salários mínimos para a mãe e dez salários mínimos para a manequim. Ainda, foi determinado à companhia aérea o pagamento de R$ 4 mil à modelo a título de lucros cessantes pela perda de cinco dias de trabalho.
Da decisão, as autoras apelaram buscando a fixação de valores que deixaram de receber e também a majoração da reparação pelos danos morais.
O relator da ação na 12ª Câmara Cível, desembargador Orlando Heemann Júnior, considerou que "mãe e filha vivenciaram muitas horas de espera no aeroporto, das 6h30min até as 19h, ante o posterior cancelamento do voo naquela data". Avaliou também que o fato provocou desconforto, apreensão e indignação às mesmas. "O dano moral restou de fato caracterizado, ante o abalo – de alguma forma significativo – de natureza psicológica que as autoras sofreram" - refere o julgado.
O magistrado Heemann admitiu que "a modelo vivenciou momentos de angústia, aflição e estresse e em face do descumprimento daqueles compromissos iniciais, pode ter havido mácula em sua reputação profissional".
O relator majorou o valor fixado a título de lucros cessantes para R$ 7.521,05, referentes aos cinco dias perdidos de trabalho, bem como aumentou as quantias fixadas a título de reparação por danos morais para R$ 10.375,00 (25 salários mínimos à época da sentença) à filha e para R$ 4.150,00 à mãe (dez salários mínimos). Os desembargadores Umberto Guaspari Sudbrack e Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout acompanharam.
O advogado Rafael Caselli Pereira atua em nome das autoras da ação. (Proc. nº 70029959202)
Sobre a modelo gaúcha
A gaúcha Mariana Coldebella foi um dos rostos da campanha publicitária da Maxfactor, em 2009. Há dois anos e meio ela mora fora do país, e é estrela, ao lado de outras duas tops, do vídeo da marca inglesa de maquiagem.
Natural de Porto Alegre, Mariana já desfilou para quase todos os estilistas do Brasil.
desástres aéreos
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