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quarta-feira, 7 de julho de 2010

O que é que a GOL (e a TAM) pretendem??? Retorno à escravidão


Desde 1º de Julho último a Gol pretende literalmente implementar o regime de máxima submissão! Através de seu Boletim Informativo intitulado ‘Transição Sistema Escala de Tripulantes”, emitido em 17/06/2010, informou a mudança do sistema até então vigente para o sistema NetLine Crew, que seria parte integrante de um conjunto de sistemas para garantir um gerenciamento integrado das tripulações, aeronaves e manutenção desde a fase de Planejamento até a Operação Diária.

Segundo a empresa, a interface de acesso ao sistema pelos tripulantes será o Crew Link, que oferecerá serviços novos e atualização em tempo real da escala de cada tripulante. A princípio pode parecer uma grande aquisição por parte do grupo. Ledo engano!!! Todos, sem distinção de cor, raça, credo ou função, serão atingidos por essa, digamos, bomba.

Cada vez que acessar o sistema, o tripulante estará se comprometendo com a Escala Futura Alterada, independente do contido nos tratados, leis e normas.

É possível notar a maldade da empresa na frase: ‘Caso o tripulante deseje (por algum motivo?) guardar sua escala publicada, poderá salvar uma cópia desta em seu computador pessoal (Não consta ao SNA que possuir um computador esteja no contrato de trabalho de cada aeronauta) ou imprimí-la imediatamente após a divulgação (imediatamente mesmo pois, um dia depois tudo poderá ser diferente!)’.

Ainda no item primeiro do ‘Boletim Informativo’, a Diretoria de Controle de Operações diz que “Não haverá mais a Escala Publicada e Executada separadamente. No Sistema NetLine Crew a escala estará sempre atualizada, incorporando as notificações e alterações emitidas para o tripulante”.

O SNA entende, portanto, que não existirá mais Escala Publicada e sim – sempre – a Escala Alterada. O aeronauta que trabalha sob regime de Escala e que pretenda minimamente organizar sua vida, pode considerar isso impossível. Se já estava ruim, conseguiram piorar! A empresa altera as Escalas de seus tripulantes sem aviso. Basta ‘abrir’ sua escala para lá encontrar a alteração e, a partir daquele momento, concordar ipse litere com a referida mudança.

O final do terceiro item é terrível: ‘Todas as operações efetuadas de aceite de notificações no Crew Link são de responsabilidade do tripulante e registradas no sistema.’ Ou seja, acessou, aceitou, registrou.

Mais uma pérola, no item 14: ‘Requisitos para acessar o Crew Link: É necessário um computador conectado à internet, com um navegador de internet Microsoft Internet Explorer 5 e Adobe Acrobat Reader 4 ou versões superiores, não impedindo que suas funcionalidades operem em outras plataformas.’ Isso quer dizer que o ‘bem-remunerado tripulante’ deverá despender seus parcos recursos com computador, conexão internet, programas, (impressora também?) se desejar operar ‘nas regras da empresa’. Só faltou exigir diploma de Cientista da Computação (USP) de seus tripulantes (ou vassalos?).

Nosso Sindicato já está solicitando de pronto reunião com a Diretoria da empresa GOL/VRG a fim de discutir esta questão. Enquanto isso não ocorre, o SNA sugere que suspendam os efeitos práticos dessa circular danosa à categoria que o mesmo representa.

Demos ênfase à Gol, mas a prática também tem sido constante na empresa TAM. Temos como exemplo até oito modificações em escala em um único dia e, até mesmo, 30 modificações num único mês. A TAM fez escola e a GOL foi nessa onda.

Por isso os aeronautas das empresas citadas (e de outras também) devem utilizar o espaço “Denúncia” contido no site do SNA

Se as empresas já padeciam por conta do elevado absenteísmo, talvez tenham que preparar-se para algo maior.

sna

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