As duas mulheres, membros do mesmo clube de paraquedismo, faziam salto em conjunto com o homem com quem mantinham caso.
Uma mulher belga foi considerada culpada de matar sua rival amorosa ao sabotar seu paraquedas durante um salto há quatro anos. Els Clottemans, 26, foi condenada após um julgamento de quatro semanas que atraiu as atenções dos belgas.
Um júri ouviu como ela cortou partes fundamentais do paraquedas de Els Van Doren, 38, por ciúmes do relacionamento da mulher com um paraquedista. Em 2006, Van Doren sofreu uma queda de mil metros de altura depois que seus dois paraquedas falharam porque suas cordas haviam sido cortadas.
As duas mulheres, membros do mesmo clube de paraquedismo, faziam um salto em conjunto com o homem, identificado como Marcel Somers, que tinha ligações amorosas com ambas.
Els Clottemans, 26 anos, é condenada pela morte de Els Van Doren
A acusação diz que o triângulo amoroso serviu de motivo para o assassinato de Van Doren. Clottemans nega as acusações.
De acordo com o juiz, Michel Jordans, a mulher terá sua pena determinada em outra audiência, e pode ser condenada à prisão perpétua. O juiz disse que os 12 membros do júri afirmaram acreditar que ela cometeu o crime e que ele foi premeditado.
Apesar da condenação, não havia provas concretas contra a mulher. Ela foi condenada com base no fato de que ela tinha o conhecimento e teve a oportunidade de sabotar o equipamento de Van Doren, além de ter um motivo, pois queria ficar com o paraquedista envolvido no caso.
Mãos dadas
Os três haviam treinado o salto, que seria de mãos dadas, no chão. Mas, na hora do salto, Clottemans pulou do avião alguns segundos depois dos outros dois. Van Doren, então com 38 anos, morreu ao cair em um jardim na vila de Opglabbeek, depois que seus dois paraquedas falharam. A queda foi gravada por uma câmera presa ao capacete da vítima.
A polícia descartou a possibilidade de suicídio, já que testemunhas dizem que Van Doren tentou se salvar. “Ela tentou de tudo”, disse à TV belga Luc Deijgers, piloto do avião de onde pularam os passageiros, todos paraquedistas experientes. “Ela tentou acionar o paraquedas reserva, que não abriu. Isso nunca acontece”.
A vítima era casada e mãe de dois filhos, mas tinha um caso com Somers, que, por sua vez, também mantinha uma relação com Clottemans.
Van Doren tentou abrir seu paraquedas, mas descobriu que as cordas haviam sido cortadas
Em carta dirigida à imprensa em 2007, Clottemans contou que sempre soube que era a número 2 para Somers e que Van Doren era a número 1. "Não tinha problemas com isso na época, (porque) tinha uma imagem tão ruim de mim mesma que só podia imaginar ser número 2”. Segundo ela, Somers a levou "por um mau caminho".
Clottemans descreveu a vítima como uma amiga próxima, a “única pessoa que me conhecia”, e nega com veemência participação em sua morte.
Já Somers dá um relato diferente, segundo o Independent. Ele disse que era impossível se livrar de Clottemans e que ela apareceu na casa dele sem ser convidada nas duas noites anteriores ao voo trágico. Somers diz que Clottemans dormiu no sofá, enquanto ele e Van Doren dormiram na cama.
Os paraquedas de Van Doren estavam na casa de Somers, e Clottemans teria tido oportunidade de sabotá-los, dizem os investigadores.
A ré foi presa em 2007, e seu julgamento deve se estender até 20 de outubro, segundo o jornal local Le Soir. O caso, apelidado de “assassinato do paraquedas”, ganhou tanto destaque na Bélgica que um enredo inspirado na história foi usado no principal seriado de suspense da televisão do país.
último segundo
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