"Operação de não colaboração" poderá causar cancelamentos e atrasos de até duas horas nas viagens com conexão, segundo o sindicato dos aeroviários
O SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários), em parceria com o sindicato dos aeronautas, começa a partir da meia-noite desta quarta-feira (1º) uma “operação de não colaboração” nos aeroportos brasileiros.
A mudança da rotina dos trabalhos deverá causar atrasos de até duas horas em voos com conexões, além de cancelamentos, a partir de sexta-feira (3), segundo a presidente do SNA, Selma Balbino. Os primeiros reflexos da manifestação, entretanto, podem aparecer já nesta quinta-feira (2).
A manifestação da categoria se deve à falta de acordo salarial entre companhias aéreas e trabalhadores. Enquanto as empresas oferecem aumento com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado de dezembro a dezembro - de 5,47% -, os aeronautas e aeroviários reivindicam reajuste de 15%.
Além do aumento do salário, a categoria reclama das condições de trabalho. Os funcionários dos aeroportos realizam os procedimentos do dia a dia com mais rapidez que o recomendado porque as empresas pressionam, explica Selma.
- No caso de voo com conexão em solo, os trabalhadores têm que fazer o mais rápido que podem para poder atender outros voos porque não há o número de trabalhadores suficientes. Está faltando trabalhador há muito tempo no conjunto das empresas áreas.
O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), entidade que defende os interesses das companhias aéreas, afirmou, por meio do porta-voz da entidade, Jorge Honório, que, “até agora, as companhias aéreas não sentiram nada”.
- As operações de voo estão normais, tanto em terra como em voo. Precisamos esperar para ver. Piloto pousa e decola em operação padrão, então eles deverão continuar seguindo isso. Agora, em terra, não dá para saber como eles farão. Temos que esperar.
Segundo o sindicato dos aeroviários, faltam cerca de mil aeronautas e aeroviários na TAM.
Na Gol, houve uma recente readequação do quadro de funcionários, quando houve uma crise interna e o MPT (Ministério Público do Trabalho) interveio, e a companhia contratou cerca de 400 aeronautas. Esses trabalhadores, entretanto, ainda estão fazendo curso de treinamento e, portanto, não assumiram suas atividades, explica Selma.
A partir desta quinta-feira (2), os funcionários passarão a cumprir os procedimentos padrão conforme manda a lei, segundo Selma.
- Dentro de uma pista de aeroporto, não se pode dirigir os carrinhos que levam o avião para pista a mais de 20km/h.
O mesmo vale para a kombi que leva tripulantes [até o avião]. Então, agora, eles vão dirigir a 20km/h, como manda o manual. Além disso, Selma lembra da pausa para o lanche, que não seria respeitada pelas empresas, e as mudanças repentinas de escala.
- O pessoal não tira os 15 minutos de lanche que a convenção manda; agora vão tirar. Não vai ser mais acatada a mudança de escala, que as chefias mudam todo dia. A convenção permite ao trabalhador recusar.
Para completar, eles não vão aceitar dobra de carga horária, como acontece com os mecânicos. Os funcionários estão respaldados pelo MPT, principalmente por causa de denúncias contra TAM e GOL, que são acusadas de excesso de jornada e assédio moral.
Reajuste em partes
O porta-voz do Snea explicou que as companhias aéreas ainda estão negociando o tamanho do reajuste, que poderia “vir em partes”.
- Temos uma nova reunião marcada para o dia 8 [quarta-feira]. O diálogo entre os patrões e empregados está aberto, tanto é que temos uma outra reunião. Oferecemos o INPC, trocando a data-base de dezembro para abril. O restante do que eles estão pedindo, a gente pode pagar em abril.
r7
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