Após três tentativas, a fazenda Piratininga, do empresário Wagner Canhedo, ex-proprietário da falida Vasp, foi finalmente vendida nesta quarta-feira por R$ 310 milhões.
O comprador pediu que sua identidade não fosse divulgada.
A venda ocorreu a portas fechadas em uma reunião realizada na Justiça do Trabalho de São Paulo entre cinco grupos interessados, a juíza Elisa Maria Secco Andreoni e representantes dos sindicatos dos aeroviários, dos aeronautas e do Ministério Público do Trabalho.
Os sindicatos representam 8.000 ex-trabalhadores da companhia aérea, que parou de voar em 2005 e teve a falência decretada em setembro de 2008.
Dos cinco interessados que participaram da reunião, que teve quatro horas e meia de duração, dois grupos foram os mais incisivos na disputa pelo imóvel.
As ofertas iniciais começaram em valores a partir de R$ 200 milhões. A vencedora foi a de R$ 310 milhões, com o pagamento de um sinal de R$ 60 milhões e o restante parcelado em cinco parcelas anuais.
Os R$ 310 milhões serão usados para pagar dívidas trabalhistas estimadas entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão, segundo o advogado Francisco Gonçalves Martins, que representa o Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo.
A proposta foi aceita pelos representantes dos sindicatos e o valor do sinal será efetuado pela empresa compradora via TED amanhã, segundo informou o TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
A Folha apurou que o comprador não havia participado das três tentativas anteriores de venda do imóvel. Entre as empresas que disputavam o imóvel estavam a J&F Participações, do grupo JBS Friboi, os empresários Moisés Carvalho e Antonio Lucena Barros, além da empresa Voe Canhedo S/A, dona de 60% das ações da Vasp.
TENTATIVAS FRUSTRADAS
Em abril passado, a fazenda foi leiloada pela primeira vez, mas não houve proposta.
No final do novembro, foi feito o segundo leilão. Nele o empresário Francisco Vivoni, do grupo Conagro, arrematou imóvel pelo lance mínimo de R$ 430 milhões. Dois dias depois, sustou o cheque dado.
O TRT invalidou o leilão e decidiu que o imóvel seria vendido em ofertas entregues diretamente à Justiça.
Na semana passada, os trabalhadores rejeitaram as propostas feitas por três grupos empresariais por considerarem os valores muito baixos.
A FAZENDA
Situada em São Miguel do Araguaia, em Goiás, a fazenda pertencia à empresa Agropecuária Vale do Araguaia Ltda. e está avaliada em R$ 615, 375 milhões.
O imóvel tem uma área total de 130.515 ha (ou 29.965 alqueires goianos). No local existem duas casas de alto padrão, com piscinas, garagem para barcos, pomar e uma igreja, além de salão de festas, clube, quadras e um estádio de futebol.
Há ainda pista de pouso, hangares, curral, escritórios, auditório, depósitos, duas fábricas de pré-moldados e até uma padaria completa, além de vários imóveis para uso de empregados.
Também estão incluídos na venda caminhões, veículos, equipamentos tratores, implementos e algumas máquinas, além de sete micro-ônibus, sete caminhonetes, jipe e seis geradores de energia.
Além desses bens, o edital dos leilões anteriores informam que a fazenda tem aproximadamente 70 mil animais, sendo 18 mil vacas da raça Nelore, acompanhadas de bezerros (machos e fêmeas) com idade entre um dia até sete meses.
São avaliadas em R$ 1.200 cada. Há ainda mil bezerros e bezerras da raça Nelore, quase 30 mil vacas, cerca de 13 mil novilhas, 5 mil bezerras e bezerros, cerca de 1.600 touros reprodutores e 49 cavalos.
JORNAL FLORIPA
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