O empresário da Gol é acusado de ser mandante de assassinato
Testemunhas de acusação contra o empresário Nenê Constantino, sócio-fundador da Gol Linhas Aéreas, começaram a ser ouvidas ontem, no fórum de Taguatinga. Oito pessoas devem ser ouvidas nos dois dias de audiência.
O empresário é acusado de ser o mandante do assassinato de Márcio Nonato Souza Brito, líder de uma associação de moradores que teria invadido uma área de propriedade do empresário, em 2001. Este é o segundo homicídio atribuído a ele. Além de Constantino, são acusados no processo o genro, Victor Bethórico Forest, e os ex-funcionários Vanderlei Batista Silva, João Alcides Miranda e João Marques dos Santos.
A primeira a ser ouvida foi Mabel de Faria, delegada da Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida), chefe das investigações do crime à época. Mabel começou o depoimento por volta das 13h e afirmou que por temer o empresário, as testemunhas demonstravam muito medo em comentar o assassinato.
A delegada informou que Constantino, para matar Márcio, teria contatado Vanderlei, que pediu a João Miranda para arranjar um atirador. Miranda, por sua vez, pediu a João Marques quer contratasse um menor que já conhecia, mas descobriu que o adolescente havia sido assassinado. Marques conseguiu indicar outro atirador, Manoel, que, algum tempo depois de assassinar o líder dos moradores, também foi vítima de homicídio.
Mabel foi interrogada por um promotor de Justiça a respeito de interceptações telefônicas, e também pelos advogados de defesa. Até o fechamento desta edição, apenas a delegada havia sido ouvida. Os advogados de defesa de Nenê Constantino pretendem retardar a audiência alegando que não tiveram acesso a todas as gravações telefônicas.
O empresário Nenê Constantino, um dos fundadores da Gol Linhas Aéreas (segunda maior companhia aérea do país), teve prisão preventiva decretada na noite desta quarta-feira (15), em um processo no qual é acusado de homicídio.
Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o empresário e outras quatro pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público pelo homicídio de Márcio Leonardo de Sousa Brito. Os outros acusados são João Alcides Miranda, João Marques Dos Santos, Victor Bethonico Foresti e Vanderlei Batista Silva.
Procurada, a assessoria de imprensa da Gol confirmou que o empresário teve prisão decretada, mas não soube informar se ele segue detido. Constantino não tem participação na administração da companhia aérea.
O tribunal afirma em comunicado à imprensa que audiências de testemunhas do caso, iniciadas na véspera, prosseguem nesta quinta-feira (16). Após pedido de advogados do empresário, testemunhas de defesa serão ouvidas em 1º de março.
Segundo o tribunal, o motivo do crime de acordo com a acusação do Ministério Público é que a vítima, que morava em uma área invadida ao lado de uma das empresas de Constantino, se recusava a deixar o local. Segundo o tribunal, a acusação alega que ele teria sido morto por ordem do empresário.
O empresário responde a outro processo por homicídio, que também tramita no Tribunal do Júri de Taguatinga, para o qual foi decretado segredo de justiça na véspera.
Em maio de 2009, uma desembargadora do tribunal concedeu prisão domiciliar ao empresário, então com 78 anos, por motivos médicos. Em julho do mesmo ano, Constantino recebeu habeas corpus do tribunal.
TRIBUNA DO BRASIL/R7
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