A primeira intervenção teria ocorrido logo em outubro, quando foram enviados ao Brasil três funcionários do Conselho de Segurança de Transportes (NTSB) e um da Administração Federal de Aviação (FAA) para acompanhar as investigações.
Enquanto isso, a embaixada dos EUA trabalhava para tirar do país os pilotos Joe Lepore e Jan Paladino. Na época, eles não conseguiriam deixar o território brasileiro, pois estavam com seus passaportes retidos.
Intervenções
Em novembro de 2006, o cônsul-geral Simon Henshaw Henshaw interveio junto ao Itamaraty para pedir que os pilotos tivessem permissão para sair do país. Um telegrama do dia 17 de novembro mostra que o diretor das Comunidades Brasileiras no Exterior do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Manoel Gomes Pereira, disse que iria transmitir a preocupação "oralmente", pois "temia que qualquer comunicação por escrito poderia causar repercussão contrária aos pilotos".
O ponto culminante da ação política sobre o acidente teria ocorrido no dia 21 de novembro. Em ligação para o cônsul-geral, Manoel Gomes Pereira teria dito que ligara pessoalmente para dois dos juízes que atuavam no caso do acidente, explicando a preocupação dos EUA. "Ele recomendou que não se tomassem mais ações até o julgamento, pois os juízes são sensíveis a pressões externas", relatou o telegrama.
Em 1 de dezembro de 2006, o embaixador Clifford Sobel escreveu a Washington dizendo acreditar "ser apenas uma questão de tempo" até os pilotos do Legacy conseguirem a autorização para sair do país.
Sobel procurou o delegado da PF Renato Sayao, para obter informações sobre o habeas corpus. "Contatado pela embaixada, Sayao disse ser improvável, mas possível, que os pilotos sejam formalmente acusados”.
Acidente
O acidente ocorrido em setembro de 2006 foi o pior da aviação brasileira até então. Todos os 154 ocupantes do avião da Gol morreram após o choque com o jato particular Legacy, da empresa americana ExcelAire.
Na ocasião, Lepore e Paladino foram acusados de negligência. A base da acusação estava na suposição de que eles teriam desligado o transponder, equipamento que alerta para a possibilidade de uma colisão. No entanto, a Justiça do Estado do Mato Grosso, onde ocorreu a tragédia, os inocentou.
Com o passar das semanas, foi exposto a precariedade do sistema aéreo brasileiro, causado pelo aumento no número de voos, que não foi devidamente acompanhado pelos investimentos de infra-estrutura. O fator de maior gravidade estava no reduzido número de controladores aéreos, que trabalhavam longas horas e em péssimas condições.
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