O Aeroclube de Piracicaba retomou os voos neste sábado (21), após o acidente com o bimotor Sêneca que matou quatro pessoas no dia 16 de maio. O primeiro voo realizado foi de navegação (de uma cidade a outra) e deve ser finalizado por volta das 16h.
Segundo o presidente do aeroclube, Fernando do Valle Pavan, houve uma reunião com os instrutores para motivá-los e reforçar a segurança. “Ainda estão todos muito abalados, por isso essa conversa de incentivo foi necessária antes do voo”, conta.
O voo de instrução é necessário para retirar tanto o registro de Piloto Privado ( 40 horas), quanto o de Piloto Comercial (150 horas). “O aluno precisa aprender na prática como lidar com a bússola, com os equipamentos, com o tempo, enfim, com todos os instrumentos vistos na teoria”, explica Pavan.
O aeroclube, que tem atualmente 75 alunos, suspendeu temporariamente a viabilização de carteira para bimotor, já que o único avião deste modelo que possuía foi completamente destruído no acidente. “Segundo me informaram, o maior destroço do avião tem cerca de 1 metro, foi perda total mesmo e agora precisamos comprar outro”, afirma o presidente. Os voos realizados são em monomotor.
DestroçosO aeroclube de Piracicaba aguarda a autorização oficial do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), que já finalizou a perícia, para retirar os destroços do avião do local do acidente.
Segundo Pavan, o trabalho deverá ser feito com a supervisão do órgão. “Quando nossa ida for oficialmente liberada, vamos precisar de ajuda do Águia (helicóptero) ou da FAB (Força Aérea Brasileira), já que o acesso à área é muito difícil”, afirma o presidente.
Investigação
O presidente do aeroclube de Piracicaba afirmou que a probabilidade de serem descobertas as causas do acidente aéreo é de 50%, já que o bimotor não possuía caixa-preta.
O presidente do aeroclube de Piracicaba afirmou que a probabilidade de serem descobertas as causas do acidente aéreo é de 50%, já que o bimotor não possuía caixa-preta.
De acordo com Pavan, a aeronave estava em ótimo estado e havia passado por uma revisão no dia 13 de maio, em Americana. A empresa responsável pela manutenção do bimotor confirmou a última vistoria, mas preferiu não se pronunciar sobre o acidente.
“O que importa em uma aeronave não é o seu ano de fabricação, mas sim a frequência da revisão, já que nesses momentos ela é praticamente montada de novo. E só estando dentro dos parâmetros é que a Anac (Agência Nacional de Aviação) libera os vôos”, destaca Pavan.
As investigações sobre as causas do acidente serão mantidas em sigilo. Um relatório detalhado só deve ser concluído e divulgado dentro de 90 dias.
O acidenteO bimotor Sêneca voltava São José do Rio Preto quando, por volta das 22h30 da segunda-feira (16), fez o último contato com a Força Aérea Brasileira, em Pirassununga, avisando que estava a 10 minutos de Piracicaba. Segundo o aeroclube, o voo era a última etapa do curso dos alunos, após cumprirem todas as horas teóricas.
A aeronave foi localizada 12 horas depois do desaparecimento, pelo helicóptero Águia da Polícia Militar. A operação foi em conjunto com a FAB que enviou um helicóptero e um avião na manhã de terça-feira (17). Segundo o grupamento aéreo, os policiais reconheceram o bimotor pela letra "S" escrita na parte externa do avião, que trazia o escrito "Sierra".
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