No dia 20 de julho, seria o
aniversário de Alberto Santos Dumont. Ao pai da aviação, temos muito a
agradecer. Entretanto, se ele estivesse vivo, teria muito com o que se
entristecer. Talvez esteja se virando no túmulo cada vez que ocorre um
acidente aéreo, ou mais ainda, quando os culpados por acidentes aéreos
como o da Gol, que em setembro completa 6 anos, continuam livres e
pilotando.
Isso mesmo, os pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que estavam no jato Legacy e causaram a morte de 154 vítimas, continuam pilotando, um pela Excel Air e outro pela American Airlines.
Dumont já se revoltou, e muitos dizem que talvez esse tenha sido um dos motivos de seu suicídio, quando sua invenção começou a ser usada com finalidades bélicas. Imagine o que pensaria com essa ausência de justiça? Pelo processo administrativo, a Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) já aplicaram multas aos pilotos, mas o órgão norte-americano se nega a cassar os brevês. Temos que aceitar essa decisão? Os pilotos foram autuados por três motivos: voaram em espaço aéreo de separação vertical reduzida (RVSM) sem autorização e desligaram o transponder e o equipamento TCAS II, impedindo assim que o avião da Gol percebesse que o jato estava na rota errada e causaria a colisão.
Onde está a soberania brasileira perante os Estados Unidos? Nossos céus são “terra” de ninguém? Aqui é permitido voar, matar e sair impune? Onde está o Itamaraty, onde está a ANAC, onde estão nossos representantes no exterior? Para que vale o acordo bilateral 21.713, entre o Brasil e os Estados Unidos, em que cada um dos países se compromete a processar todos os infratores que voem sobre seu território e que não obedeçam as regras vigentes?
Infelizmente, quando a justiça não pune os culpados, o avião, que deveria ser um meio de transporte para promover a aproximação, acaba se tornando uma arma, que causa revolta, angústia e saudade. Mas ainda temos esperança que no julgamento do processo criminal de Segunda Instância que se aproxima, os pilotos sejam condenados, presos e tenham seus brevês cassados. Para que a aviação continue realizando sonhos e não destruindo vidas.
Em abril de 2011, os pilotos foram condenados em Primeira Instância a cumprir serviços comunitários e a terem os brevês cassados pelo período de quatro anos e quatro meses. A Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 entrou com recurso por ser contra a reversão da pena.
Ela defende que eles sejam presos e que os brevês sejam cassados permanentemente para evitar outras tragédias como essa.
Mas a incerteza da decisão é que em telegramas revelados pelo Wikileaks (fonte: Folha de São Paulo), o então embaixador norte-americano Clifford Sobel declarou que o advogado de defesa dos pilotos, Theodomiro Dias, disse que na segunda instância eles tinham certeza que ganhariam, pois contavam com a influência do seu pai, José Carlos Dias, que é ex-Ministro da Justiça.
A data do julgamento está próxima de ser marcada. Que a dignidade das vítimas seja levada em conta e que Santos Dumont possa descansar, sabendo que, ao menos no céu brasileiro, a injustiça não alçará voo.
Erta Goes, irmã de uma das vítimas do Voo 1907
Isso mesmo, os pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que estavam no jato Legacy e causaram a morte de 154 vítimas, continuam pilotando, um pela Excel Air e outro pela American Airlines.
Dumont já se revoltou, e muitos dizem que talvez esse tenha sido um dos motivos de seu suicídio, quando sua invenção começou a ser usada com finalidades bélicas. Imagine o que pensaria com essa ausência de justiça? Pelo processo administrativo, a Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) já aplicaram multas aos pilotos, mas o órgão norte-americano se nega a cassar os brevês. Temos que aceitar essa decisão? Os pilotos foram autuados por três motivos: voaram em espaço aéreo de separação vertical reduzida (RVSM) sem autorização e desligaram o transponder e o equipamento TCAS II, impedindo assim que o avião da Gol percebesse que o jato estava na rota errada e causaria a colisão.
Onde está a soberania brasileira perante os Estados Unidos? Nossos céus são “terra” de ninguém? Aqui é permitido voar, matar e sair impune? Onde está o Itamaraty, onde está a ANAC, onde estão nossos representantes no exterior? Para que vale o acordo bilateral 21.713, entre o Brasil e os Estados Unidos, em que cada um dos países se compromete a processar todos os infratores que voem sobre seu território e que não obedeçam as regras vigentes?
Infelizmente, quando a justiça não pune os culpados, o avião, que deveria ser um meio de transporte para promover a aproximação, acaba se tornando uma arma, que causa revolta, angústia e saudade. Mas ainda temos esperança que no julgamento do processo criminal de Segunda Instância que se aproxima, os pilotos sejam condenados, presos e tenham seus brevês cassados. Para que a aviação continue realizando sonhos e não destruindo vidas.
Em abril de 2011, os pilotos foram condenados em Primeira Instância a cumprir serviços comunitários e a terem os brevês cassados pelo período de quatro anos e quatro meses. A Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 entrou com recurso por ser contra a reversão da pena.
Ela defende que eles sejam presos e que os brevês sejam cassados permanentemente para evitar outras tragédias como essa.
Mas a incerteza da decisão é que em telegramas revelados pelo Wikileaks (fonte: Folha de São Paulo), o então embaixador norte-americano Clifford Sobel declarou que o advogado de defesa dos pilotos, Theodomiro Dias, disse que na segunda instância eles tinham certeza que ganhariam, pois contavam com a influência do seu pai, José Carlos Dias, que é ex-Ministro da Justiça.
A data do julgamento está próxima de ser marcada. Que a dignidade das vítimas seja levada em conta e que Santos Dumont possa descansar, sabendo que, ao menos no céu brasileiro, a injustiça não alçará voo.
Erta Goes, irmã de uma das vítimas do Voo 1907
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