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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Presidente da Líder fala de aviação executiva na CNC


O presidente da Líder Táxi Aéreo, Eduardo Vaz, falou ontem, no Conselho de Turismo da CNC, sobre “O futuro da aviação executiva”. A palestra faz parte dos trabalhos já iniciados pelo conselho, para discussão sobre o futuro da aviação brasileira. Vaz fez um panorama da aviação executiva brasileira e os desafios do setor.

Segundo ele, a aviação executiva tem papel fundamental de integração e complementação dos serviços prestados pela aviação comercial. “O País conta com três mil pistas de pouso, mas, apenas 120 cidades são servidas pela aviação comercial. Ou seja, outras 2.780 cidades dependem desse modal de aviação”, afirmou. As grandes empresas são os maiores clientes da aviação executiva, que faz o seu papel de transportadora e ainda beneficia o mercado com serviços correlatos. “O taxi aéreo tem a conotação de luxo mas não é. È, na verdade, a melhor ferramenta de trabalho para os executivos, pois oferece comodidade, agilidade e segurança. Mais de cinco mil empregos são gerados de valor agregado relativamente alto”, explica.

A frota brasileira de aviação executiva conta hoje com 10,5 mil aeronaves. É a segunda maior do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Em 2008 as empresas brasileiras adquiriram 200 aeronaves de porte executivo no Brasil, contra 180 em todo o ano de 2007. “Mas agora o crescimento não deve ser tão expressivo por conta da escassez de linhas de financiamento para a compra de aeronaves”, disse Vaz acrescentando que esse é um dos impactos negativos provocados pela crise econômica mundial. A região Sudeste concentra até 65% de todos os voos da aviação executiva. “Mas a tendência, com a melhor distribuição da riqueza, é sair desse eixo e expandir operações para outras regiões”, avalia Vaz.

Uma dos grandes desafios para a aviação executiva, de acordo com Vaz, é a infraestrutura aeroportuária. “Temos muitos problemas para a concessão de áreas nos aeroportos. É uma questão dramática e que está relegada a terceiro plano. Os principais aeroportos já estão saturados e não há espaço para a aviação executiva. Deveria haver uma adequação comercial e jurídica para definir esses casos. Mas não vejo uma ação organizada para resolver isso na velocidade que precisamos. O que vemos é politicagem”, avalia.

De acordo com o executivo, o desenvolvimento deste segmento depende das decisões governamentais “que vão moldar o futuro desse mercado, que já é o segundo maior do mundo”. Ele ressaltou a necessidade de revisão das pesadas cargas tributárias (principalmente as relacionadas ao QAV e à importação de peças), para que o segmento tenha condições de competir no mercado. “Também esbarramos em muita burocracia para a importação de peças. O processo ainda é lento e provoca atrasos no serviço e indisponibilidade de aeronaves para operações. Além disso, é necessária uma ação coordenada entre a Anac, a Polícia Federal e a Receita Federal para coibir o contrabando de peças”, disse.

Vaz finalizou sua apresentação alertando para a falta de profissionais experientes no setor, tanto na aviação executiva quanto na própria Anac. “Faltam pilotos e técnicos com a formação necessária para a aviação executiva. No caso da Anac, se ela estivesse melhor estruturada em termos de equipe qualificada, teríamos um crescimento maior do segmento e ainda mais qualidade nos serviços”, finalizou.
Panrotas

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