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O Birô de Investigações e Análises (BEA) também levantou outras dúvidas em relação ao acidente, ao analisar as comunicações dos controladores de voo. Para Bouillard, não foi “normal’’ a demora de seis horas entre o desaparecimento do avião e o início do alarme de desastre e respectivas buscas. O avião fez o último contato por rádio com o Brasil às 22h33 de domingo, quando passou sobre o ponto virtual Intol (a 565 km de Natal). Deveria entrar em contato novamente às 23h20 no ponto Tasil (1.200 km de Natal), a fronteira entre a área sob controle brasileiro e a região sob responsabilidade do Senegal. A partir das 23h10, suas mensagens automáticas indicaram problemas, para silenciar às 23h14.
Como o avião não se reportou às 23h20, Bouillard afirma que após três minutos deveria haver contato entre os controladores brasileiros e senegaleses. “Esse é um dos eixos das investigações: descobrir por que levou tanto tempo para as mensagens de alerta serem lançadas’’, disse.
A Aeronáutica, que recebeu com surpresa o relatório preliminar sobre as causas da queda do Airbus da Air France, divulgou ontem à noite o áudio em que o controlador de tráfego aéreo brasileiro informa ao colega de Dacar, às 22h35 (horário de Brasília), em inglês, que o avião entraria às 23h20 na área sob controle do Senegal.
Segundo a Força Aérea, o Brasil não tomou nenhuma providência para iniciar as buscas logo em seguida porque simplesmente não foi informado do sumiço do Airbus.
O controle aéreo brasileiro nem foi informado por Dacar de que o avião não entrou no setor senegalesco na hora prevista nem pela Air France de que o sistema automático enviara mais de 20 mensagens de diferentes erros antes de sumir.
Identificada
A jornalista Adriana Van Sluys, de 40 anos, assessora da presidência da Petrobras, que estava no voo 447, foi identificada, segundo informou, por e-mail, seu irmão Maarten Van Sluys. Adriana é uma das 35 vítimas identificadas pelo IML.
Folha de Pernambuco
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