Os quatro dias de greve propostos pelos sindicatos dos trabalhadores da TAP vão dificultar uma eventual revisão salarial, disse hoje fonte oficial da companhia, avançando que cada dia de paralisação poderá provocar um prejuízo de cinco milhões de euros.
Cinco sindicatos que representam trabalhadores da TAP anunciaram hoje que vão propor greves para os dias 28 e 29 de Agosto e 11 e 12 de Setembro, em protesto contra a ausência de revisões salariais desde 2008.
Em declarações à agência Lusa, fonte oficial da TAP disse que a estratégia dos sindicatos de convocar uma greve "é um contra-senso".
A fonte oficial da companhia aérea explicou que ao avançar com uma greve os sindicatos estão a contribuir para "reduzir as receitas e agravar os custos", o que "torna mais difícil" fazer uma revisão salarial.
A TAP, que registou prejuízos de 72,4 milhões de euros no primeiro semestre, informou os trabalhadores que, de momento, não estão reunidas condições para fazer revisões salariais, remetendo para o último trimestre do ano a possibilidade de avançar com negociações nesse sentido.
"Se agora o que é dito [aos trabalhadores] é que não há condições para fazer uma revisão salarial, se a situação financeira se agravar, menos condições haverá para fazer o que os sindicatos pretendem", disse a fonte oficial da TAP, que estima que cada dia de paralisação possa custar à companhia aérea cerca de cinco milhões de euros.
"Os prejuízos por dia de greve variam, mas se a greve tiver impacto, podem rondar os cinco milhões de euros por dia", disse a mesma fonte.
Os cinco sindicatos que propuseram a greve denunciaram também, em comunicado, a compra de 42 novos automóveis para directores da TAP, qualificando o negócio como um exemplo das "medidas drásticas de contenção e redução de custos" levadas a cabo pela companhia aérea.
No mesmo comunicado, as estruturas sindicais recordam que os rendimentos declarados por Fernando Pinto em 2008 totalizaram "816 mil euros, duplicando os de 2007", e que as despesas com salários dos membros dos órgãos sociais do grupo TAP ascenderam a "3,88 milhões" de euros em 2008,"mais de 17 por cento em relação a 2007".
Propuseram os quatro dias de greve os sindicatos dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), dos Trabalhadores de Aviação e Aeroportos (SITAVA), das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) e dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC).
A TAP encerrou o primeiro semestre do ano com prejuízos de 72,4 milhões de euros, um valor que compara com as perdas de 154,9 milhões de euros registadas em igual período de 2008.
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