Cerca de 3,5 mil metalúrgicos da fabricante de aeronaves Embraer paralisaram a produção por duas horas na manhã desta quinta-feira, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Os trabalhadores aprovaram ainda aviso de greve, reivindicando que a companhia abra negociações em no máximo 48 horas dentro da campanha salarial e pedindo aumento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Caso a companhia não inicie as negociações, os trabalhadores poderão entrar em greve por tempo indeterminado.
De acordo com nota do sindicato, a Embraer anunciou, em 30 de setembro, pagamento de PRL de 235 reais acrescidos de 0,10 por cento sobre o salário-base.
"O valor, a ser pago em 30 de outubro, refere-se ao primeiro semestre de 2009 e é o menor da região. Esse também é o menor valor pago pela Embraer nos últimos anos", segundo o sindicato. No ano passado, conforme a nota, a PLR foi de cerca de 1,1 mil reais mais índice varíavel.
O sindicato também alega que a jornada de trabalho da Embraer é uma das maiores da região.
Em fevereiro, a Embraer anunciou o corte de mais de 4,2 mil empregados, ou 20 por cento do quadro de funcionários, devido ao impacto da crise global no setor aéreo.
"Isto é uma afronta aos traballhadores, que têm sido pressionados a manter um alto ritmo de produção para compensar a demissão dos 4.273 companheiros", afirmou em nota o vice-presidente do sindicato, Herbert Claros da Silva.
Pela campanha salarial, os trabalhadores reivindicam 14,65 por cento de reajuste salarial e antecipação da data-base de novembro para setembro. A Embraer, conforme o sindicato, ofereceu 4,44 por cento de reposição da inflação, "sem direito a aumento real".
Procurada, a Embraer não tinha representantes imediatamente disponíveis para comentar o tema.
As ações da fabricante de aeronaves exibiam queda de 2,44por cento, a 10 reais, às 11h15. O Ibovespa mostrava oscilação negativa de 0,56 por cento.
FORNECEDORES
Metalúrgicos da Sobraer, Sopeçaero e Peçola --fornecedoras da Embraer-- entraram no sétimo dia de greve nesta quinta-feira, exigindo início de negociação salarial. No período da tarde, o sindicato deve se reunir com as empresas para nova rodada de negociação. A entidade já entrou com pedido de dissídio coletivo e uma audiência de conciliação foi marcada para o próximo dia 8.
As três empresas, do grupo belga Sonaca, empregam 250 metalúrgicos e produzem peças de fuselagem estrutural de aviões.
Reuters
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