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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Justiça autoriza VarigLog a vender ações da Gol



A 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo autorizou ontem a venda de 30% das ações preferenciais da Gol que estavam em poder da VarigLog, mas que foram bloqueadas desde abril do ano passado. O desbloqueio foi obtido por meio de uma ação ajuizada pela companhia.

A VarigLog tem em torno de 6 milhões de ações preferenciais da Gol, que estão sob custódia do Banco Itaú, ou o equivalente a 9% dos papéis da Gol que estão em circulação no mercado. Essa cota, que ontem valia R$ 162,6 milhões, foi transferidos para a VarigLog como parte do pagamento pela compra da Varig, realizada em março de 2007, por US$ 320 milhões. Procurada ontem, a Gol não se manifestou sobre o assunto.

Os recursos com a venda das ações na bolsa deverão ser utilizados para bancar os gastos da recuperação judicial da companhia, embora esse processo esteja suspenso desde o fim de outubro, informa o advogado dos trabalhadores da VarigLog, Carlos Duque Estrada. Segundo ele, deve haver uma "enxurrada" de agravos de instrumento com o objetivo de suspender a decisão da 1ª Vara de Falências.

O advogado dos trabalhadores da empresa defende, porém, que o dinheiro que será arrecadado com a venda dos papéis da Gol no mercado seja destinado para quitar a dívida trabalhista da companhia, estimada entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões, segundo Estrada. No total, o passivo da VarigLog é de R$ 370 milhões.

"Qualquer venda de ativos deve ser autorizada pelo juiz da recuperação judicial. Como a VarigLog tem problemas de fluxo de caixa, o dinheiro será usado para custear a administração judicial da empresa", afirma Estrada.

Em abril de 2008, quando a Justiça determinou o bloqueio das ações, a VarigLog já havia acessado 1,5 milhão de papéis. Deste total, a empresa vendeu 600 mil ações. Restaram, portanto, 5,4 milhões de ações da Gol para a VarigLog.

O bloqueio das ações foi obtido pelo fundo americano de investimentos Matlin Patterson, acionista da VarigLog, após um duelo na Justiça com seus ex-sócios brasileiros Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo.

Valor Econômico


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