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quarta-feira, 28 de julho de 2010
Ciências Aeronáuticas deve decolar
Na semana passada, o curso de Ciências Aeronáuticas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) foi procurado por duas companhias aéreas brasileiras. De olho na contratação de mais pilotos de linha aérea, estão consultando a universidade para uma eventual parceria. Quais foram essas empresas? O coordenador do curso, Hildebrando Hoffmann, faz mistério neste momento do processo.
– Foi uma primeira consulta, não podemos sair revelando nomes. Mas é um sinal muito bom. Uma dessas companhias quer comprar cerca de 50 aviões nos próximos anos. No mínimo, cada aeronave precisa de 10 a 12 pilotos. Não há tanta gente disponível no mercado – conta Hoffmann.
É o sinal de um voo de brigadeiro para a carreira de piloto civil. Os destinos são a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Brasil, que exigirão uma malha aérea consistente para atender a delegações, torcedores e imprensa. As companhias precisam se preparar para dar conta dessa demanda, assim como os aeroportos e toda a infraestrutura.
Nos 16 anos do curso na PUCRS, pelo menos um momento foi de muita dificuldade. Houve a quebra de empresas aéreas tradicionais, o que deixou o mercado cheio de incertezas no final da década de 90 e começo dos anos 2000. Varig, Vasp, Transbrasil, entre outras, desapareceram. Hoje, esse espaço já é bem ocupado, com novas empresas lançando novas rotas e serviços.
Com 35 anos de serviços prestados exclusivos à Varig, o comandante aposentado Enio Dexheimer é professor e instrutor dos alunos de Ciências Aeronáuticas da PUCRS. Segundo ele, as companhias miram na expansão dos serviços e começam a exigir formação superior para pilotar.
– A tendência é que seja necessário cada vez mais estudo por parte dos pilotos. Até porque, hoje, é possível chegar a comandante em cerca de seis anos de atuação. Acredita-se que um curso superior dá mais maturidade – afirma Dexheimer.
O professor viveu uma transição inquietante, que pode servir de exemplo de como é preciso se adaptar a situações novas na carreira: do voo visual para aquele com o uso de instrumentos e, talvez a mais difícil, dos sistemas analógicos para os digitais.
zero hora
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