O Brasil dos últimos anos desenvolveu uma fórmula engenhosa de lidar com os grandes problemas. Consiste no seguinte:
Detectada a encrenca, cria-se um ministério. Criado, vai ao balcão onde se dá e se recebe. Acertadas as bases do escambo, nomeia-se o ministro...
...Nomeado, o novo ministro discute exaustivamente o problema que levou à criação do ministério. Exausto, já não se sente obrigado a resolver coisa nenhuma.
Sob Lula, a Esplanada agigantou-se. Hoje, entre ministérios e secretarias com status ministerial, há 37 pastas. Algo nunca antes visto na história desse país.
Dilma já tinha alardeado que criará um 38º ministério, o da Microempresa. Descobre-se que cogita dar à luz um 39º, o da Aviação Civil.
Pretende-se pendurar no organograma da nova pasta uma estatal mal-afamada (Infraero) e uma agência precária (Anac). Hoje, pertencem à Defesa.
O brasileiro se deu conta de que a aviação tornara-se um problema no caos aéreo de 2006. Já lá se vão quatro anos de muita promessa e pouca ação.
Os viajantes programam os passeios do final de 2010 sem saber se as poltronas que pagaram lhe foram reservadas e se os vôos selecionados decolarão na hora.
Há na folhinha dois eventos com potencial para transformar agravar a encrenca: a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.
É nesse cenário, submetida à perspectiva de que o ruim se converta em muito pior, que Dilma leva ao tabuleiro o novo ministério.
josias de souza
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