Notícias veiculadas hoje na imprensa nos contam que a presidente eleita pretende entregar cerca de sete aeroportos para a iniciativa privada.
Ainda segundo o noticiário, Dilma pretende promover uma reforma administrativa na Infraero, antes de abrir o capital da empresa.
Pronto.
A administração dos aeroportos será, na prática, privatizada, sem que a presidente tenha que arder no fogo do inferno.
A assombração da privatização, que é competentemente retirada do armário pelo marqueteiro do PT nas campanhas presidenciais, é só isso mesmo: uma assombração eleitoral.
O dado concreto, como gostam dizer os sindicalistas, é que a Infraero não tem recursos nem capacidade técnica para reformar e gerir os principais aeroportos do país.
As reformas realizadas não foram suficientes.
Francamente, começar a reforma de Congonhas pela bombonière e deixar as pistas por último não me parece um exemplo de bom cronograma de obras.
O Santos Dumont não foi terminado, porque todo o terceiro andar está embargado por fortíssimas suspeitas de superfaturamento.
O Tom Jobim há muito tempo não honra o nome do maestro.
O Terminal 1 está caindo aos pedaços, com uma reforma que não acaba nunca, o Terminal 2 vai pelo mesmo caminho.
Em São Paulo, Congonhas já está acanhado, Guarulhos é um horror, e Viracopos é um aeroporto de interior, inteiramente inadequado para o tamanho da cidade e para o crescimento do movimento.
Em Belo Horizonte, Confins é um pouco melhor, o de Salvador é assim, assim.
Curitiba e Porto Alegre necessitam urgentemente de ampliação.
Em suma, a Infraero não dá conta.
Privatização pode ser uma solução boa ou ruim. Há empresas privatizadas que funcionam muito bem, outras que funcionam mal.
Há empresas estatais que funcionam bem, como a Petrobrás e o Banco do Brasil, e outras que funcionam mal, como a Infraero e os Correios, eterna fonte de corrupção e dor de cabeça para os governantes.
O prefeito mais querido de Nova York é até hoje Fiorello la Guardia.
Administrou Nova York entre 1933 e 1945 e hoje dá nome ao aeroporto da cidade.
Segundo La Guardia, “não existem vassouras de esquerda nem vassouras de direita. Existem vassouras que varrem mal e vassouras que varrem bem”.
lucia hippolito
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