Peritos internacionais estão a investigar as causas dos incidentes com aeronaves da companhia aérea nacional de bandeira
A TAAG é uma das mais seguras companhias do mundo, disse em Luanda o administrador da empresa, Rui Carreira durante uma conferência de imprensa em que revelou as causas da paralisação de aviões de longo curso que se traduzem “no momento mais difícil jamais vivido pela companhia”.
O presidente do conselho de administração da TAAG reiterou que “nós cumprimos escrupulosamente as orientações dos manuais e as normas operacionais de todos os aparelhos, por isso suspeitamos que as causas destas avarias sejam externas à TAAG” e garantiu que o s incidentes com aviões da TAAG não são casos isolados, “por isso achamos que deve haver uma correlação entre o que sucedeu connosco e com as demais companhias estrangeiras”.
Informou ainda que está já em curso uma investigação junto da “General Eletric”, fabricante dos motores, na qual participam peritos dos países onde ocorreram as avarias, proprietários dos aparelhos e outras autoridades ligadas à segurança aeronáutica.
Rui Carreira disse que “a TAAG é uma companhia segura e esta segurança advém do facto de ter todos os seus manuais de acordo com as normas da aviação civil internacional e nacional e do cumprimento escrupuloso de todos estes elementos pela manutenção e pela tripulação”.
É este conjunto de preceitos, continuou, que tornam a TAAG uma companhia segura.
De acordo ainda o presidente do conselho de administração da empresa, mesmo com a ocorrência de incidentes recentes não foi registado nenhum dano humano nem material que pudesse indiciar falta de segurança.
Rui Carreira reconheceu que a transportadora aérea angolana está a viver um dos períodos mais difíceis da sua história, talvez mais complicado que o vivido aquando da interdição de voar para o espaço aéreo europeu.
“Temos neste momento os quatro aviões da nossa frota de longo curso no chão, por razões técnicas”, disse Rui Carreira naconferência de imprensa, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, que teve como principal objectivo informar aos passageiros sobre o real momento que a companhia atravessa.
A TAAG tem em manutenção dois aviões Boeing 777-200 ER, em Lisboa, outro do mesmo modelo no Rio de Janeiro (Brasil) e um Boeing 747 versão combi (carga e passageiros), em Joanesburgo.
Face a esta situação, a TAAG foi obrigada a alterar a sua programação, tendo cancelado o voo de sexta-feira para São Paulo (Brasil) e adiado 24 horas a ligação ao Dubai, garantindo apenas a rota de Lisboa.
“O Pai Natal não está do nosso lado, uma vez que este não é um bom presente para a TAAG, tão pouco para o povo angolano. E como sucede com as selecções nacionais, é hora dos angolanos fazerem uma corrente em torno da TAAG, a companhia de todos nós”, concluiu Rui Carreira.
A TAAG considera que os incidentes que provocaram a paralisação dos seus quatro aviões da frota de longo curso têm as suas causas em factores externos à companhia.
“Nós cumprimos escrupulosamente as orientações dos manuais e as normas operacionais de todos os aparelhos, por isso suspeitamos que as causas destas avarias sejam externas à TAAG”, afirmou.
Os incidentes com aviões da TAAG não são casos isolados, “por isso achamos que deve haver uma correlação entre o que sucedeu connosco e com as demais companhias estrangeiras”.
Informou ainda que está já em curso uma investigação junto da “General Eletric”, fabricante dos motores, na qual participam peritos dos países onde ocorreram as avarias, proprietários dos aparelhos e outras autoridades ligadas à segurança aeronáutica.
Revelou que as avarias ocorreram sempre no interior dos propulsores e no compressor de alta pressão, originando danos de dentro para fora, o que descarta a possibilidade das avarias serem provocadas por elementos externos.
Para minorar os tempos difíceis, a TAAG alugou dois aviões a duas companhias portuguesas, designadamente um Airbus A340-400 da Aero Atlantic e um Boeing 767 da Air Fly.
Reparação de danos
A TAAG reafirmou o compromisso de reparar as viaturas danificadas, em Almada, Portugal, por detritos que eventualmente possam ter caído de um avião da companhia. “Algumas viaturas ficaram danificadas, mas até ao momento a perícia ainda não confirmou que foram atingidas pelas peças saídas da nossa aeronave, mas nós já anunciámos publicamente que se estes danos foram causados por detritos deixados pelo nosso avião, vamos assumir todas as despesas”, garantiu.
Rui Carreira esclareceu que o avião teve uma avaria no compressor de alta pressão, do motor situado sob a asa direita do aparelho e é normal que tenham caído algumas peças.
“Este tipo de avaria normalmente ocorre em terra, na altura da descolagem, ou no ar, mas já na altura de aproximação à pista, o que faz com que os detritos por norma fiquem na pista”, disse
Ainda de acordo com o administrador, as palhetas do compressor podem ter de 15 a 20 centímetros e ao caírem em cima de uma carro podem causar alguns danos.
“Até ao momento não temos dados que nos permitam dizer a que altitude aconteceu e também ainda não foi provado que as peças tenham caído do nosso avião, estamos a admitir que sim, mas também pode ser que não”, concluiu.
Manutenções limitadas
A TAAG enfrenta limitações físicas que impedem a realização de manutenções no país. “Os Boeings 777 são aviões muito sofisticados e nós ainda não temos as nossas oficinas equipadas com o material adequado, esta é uma meta a atingir para que a manutenção possa ser feita cá mesmo em Angola”, disse.
Outro elemento importante para se fazer uma manutenção, prosseguiu, é um hangar e neste momento o Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro não tem um espaço com a capacidade para acolher um Boeing 777.
Ainda de acordo com o administrador da empresa, a TAAG tem contratos de manutenção com empresas situadas em países para onde se desloca com regularidade como a China, África do sul, Emirados Árabes Unidos e Brasil.
Rui Carreira informou ainda que a TAAG tem equipamentos de última geração que fazem a monitorização dos parâmetros em tempo real. Actuam quando é ligada a energia ao avião e no arranque dos motores, passando as informações para o painel de informação.
Durante os últimos dias da sua utilização nunca foi lido nenhum parâmetro anormal, que indiciasse avarias da envergadura das que foram constatadas.
jornal de angola
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