Os trabalhadores do turno da manhã da Embraer, em São José dos Campos, no interior de São Paulo, entraram em greve nesta quinta-feira para reivindicar a antecipação da data-base de setembro para novembro. Às 15 horas, haverá uma nova assembleia na porta da fábrica. A paralisação será de 24 horas, mas se a empresa não começar a negociar, os metalúrgicos prometem greve por tempo indeterminado a partir da semana que vem.
A Embraer produz aviões para três segmentos diferentes da aviação: Comercial (9 modelos), Executiva (6 modelos) e Defesa e Governo (5 modelos). Por mês são produzidas 11 unidades do 190 (uma versão comercial para 100 ou 118 passageiros), entre 8 e 9 do Legacy e 20 a 25 do Phenom. A Embraer tem 12 mil funcionários na cidade. A greve ocorre na linha de produção, onde estão cerca de 9 mil trabalhadores. Segundo o vice-presidente do sindicato local, Herbert Claros, essa é a primeira greve da Embraer em 10 anos.
Logo após a assembleia, por volta das 7h, os trabalhadores saíram em passeata até o centro da cidade. Cerca de três mil metalúrgicos participaram da manifestação.
- Essa é uma resposta à intransigência da empresa, que se recusa a iniciar negociações imediatas pela campanha salarial com o sindicato e a antecipar a data-base para setembro, a exemplo do que já ocorre em toda a categoria - disse. Na última segunda-feira, os trabalhadores votaram estado de greve e deram prazo de 48h para a empresa responder às reivindicações.
Os metalúrgicos reivindicam reajuste salarial de 17,45%, sendo 9,75% de aumento real. Eles também querem a redução da jornada para 40 horas semanais. Atualmente, a Embraer pratica 43 horas, "uma das maiores da região", segundo Claros.
Atualmente, as negociações do setor aeronáutico são feitas entre a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o sindicato dos metalúrgicos. Os trabalhadores exigem que as negociações passem a ser direto com a Embraer, maior empresa do setor. No próximo sábado, dia 24, o Sindicato dos Metalúrgicos vai realizar uma assembleia geral com trabalhadores de todos os setores que ainda não fecharam acordo da campanha salarial, inclusive setor aeronáutico.
12 horas aéreas
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