O mais recente atraso no programa do novo avião 787 Dreamliner, da fabricante americana Boeing, agravou uma já complicada série de negociações para discutir concessões da fabricante de aviões por causa dos adiamentos das datas de entrega, discutir pagamentos e até mesmo o preço final de compra, de acordo com informações do Wall Street Journal. Na terça-feira passada, a Boeing informou que um problema estrutural exigiu um reforço do Dreamliner, o que vai atrasar ainda mais o primeiro voo do novo avião.
Já atrasado há quase dois anos, o Dreamliner foi o avião comercial mais rapidamente vendido da história da Boeing - a certo momento, mais de 900 encomendas foram registradas. Após uma série de cancelamentos, porém, esse número está agora perto de 850.
Atrasos nas entregas podem acabar com a capacidade de uma empresa aérea de planejar suas rotas e cronogramas. No entanto, também podem fornecer a elas uma oportunidade para renegociação de complicados contratos de compra de aviões. Por isso, a Boeing está sendo pressionada por seus clientes a oferecer mais concessões.
Executivos da indústria dizem que a Boeing recentemente parou de discutir termos de compensações por atrasos no 787 e especulam que a companhia esteja esperando até que o cronograma de entregas esteja claro. "Nós queremos discutir compensações, mas a Boeing não reabriu os registros", disse um executivo de uma empresa que tem encomendas do Dreamliner.
Multas - Os atrasos já causaram à Boeing milhões de dólares em multas e concessões aos clientes. Mesmo antes do novo adiamento do 787, algumas empresas aéreas estavam frustradas com as frequentes mudanças nos cronogramas da Boeing. Akbar Al Baker, executivo-chefe da empresa aérea Qatar Airways, por exemplo, ameaçou cancelar pedidos tanto de jatos 787 quanto de jatos 777, por causa de problemas causados pelos atrasos da Boeing.
Os cancelamentos são raros, mas na semana passada a australiana Qantas Airways afirmou que retirou pedidos de 15 aviões 787 e adiou o recebimento de outros 15 aviões que seriam entregues entre 2014 e 2015.
A Qantas continua sendo o maior cliente do Dreamliner, com 50 encomendas. Executivos da empresa aérea argumentam que a economia global hoje está muito diferente da que existia quando as encomendas foram feitas, em 2005.
Encomendas - Para a companhia americana, porém, os cancelamentos de encomendas têm pelo menos um lado bom. Com menos encomendas, a companhia agora pode atender aos pedidos restantes mais rapidamente e, assim, evitar novas penalidades. "Da perspectiva da Boeing, não é necessariamente uma notícia ruim quando as encomendas diminuem", afirmou Peter Barlow, analista de aviação da Smith, Gambrell & Russell LLP.
Várias empresas, como a neozelandesa Air New Zealand e as britânicas British Airways e Virgin Atlantic Airways, estão enfrentando os atrasos do Dreamliner com encomendas de modelos já existentes tanto da Boeing quanto da Airbus, unidade da European Aeronautic Defence & Space Co.O estado de São Paulo
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