O ministro dos Transportes do Iêmen, Khaled Ibrahim al Wazeer, afirmou que o avião Airbus A310-300 da companhia aérea Yemenia Airways, que caiu nesta segunda-feira com 153 pessoas a bordo no oceano Índico, passou por uma inspeção em maio sob supervisão da Airbus. A declaração foi resposta aos relatos da França de que a aeronave não passou por uma inspeção em 2007 e foi proibida de voar no país.
"Foi uma ampla inspeção realizada no Iêmen [...] com especialistas da Airbus", disse Wazeer, citado pela agência Reuters. "[A inspeção] estava de acordo com os padrões internacionais."
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Khaled Abdullah/Reuters | ||
Parentes de passageiros esperam do lado de fora do desembarque no aeroporto internacional de Sanaa (Iêmen) |
O voo partiu de Paris, na França. Os passageiros fizeram então uma escala em Sanaa, capital do Iêmen, onde trocaram de aeronave, de um Airbus 330 para o Airbus 310. O avião seguiu então para as ilhas Comores--a cerca de 300 km de Madagascar. O avião decolou pouco depois das 21h30 (15h30 no horário de Brasília) e deveria voar durante 4h30 antes de pousar em Moroni, capital comorense.
Não há informações sobre o que teria derrubado a aeronave. Autoridades comorenses e iemenitas afirmam que o mau tempo pode ter contribuído.
Uma criança de 5 anos foi o único passageiro resgatado com vida até o momento. As equipes de resgate continuam buscando por destroços do avião, mas as operações são prejudicadas pelo mau tempo, segundo autoridades comorenses.
Segundo o ministro iemenita, a prioridade é encontrar mais sobreviventes. Ele afirmou ainda que as equipes não começaram a busca pela caixa-preta.
Segundo o secretário de Transportes francês, Dominique Bussereau, a Direção Geral de Aviação Civil (DGAC) da França constatou em uma investigação de 2007 "um certo número de defeitos" no avião Airbus A310-300.
O avião da companhia Yemenia Airways "tinha passado por um controle da DGAC na França em 2007 e foi constatado um certo número de defeitos", afirmou.
Em entrevista à emissora de TV i-Télé, Bussereau afirmou que, a partir de então, a aeronave foi proibida de voar na França.
Um funcionário da Comissão Europeia afirmou, em condição de anonimato, que a mesma aeronave iemenita foi objeto de um inquérito em 2007 sobre seu registro de segurança.
"Em julho de 2007, o avião nos deu motivos para começar um inquérito sobre os registros de segurança da Yemenia", disse o funcionário.
"A preocupação era com os relatórios incompletos de procedimentos e acompanhamentos. Os Estados membros fizeram 24 inspeções nos últimos dois anos, mostrando que os registros estavam melhorando", disse, sobre a Yemenia, que não está na lista negra da União Europeia.
Depois da notícia do incidente, o chefe de Transportes da Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia), Antonio Tajani, propôs a criação de uma "lista negra mundial" com nomes de companhias aéreas perigosas e que não fazem correta manutenção de suas aeronaves.
Tajani lamentou que a Yemenia Airways não fizesse parte da lista negra europeia, já que, assim, "os passageiros mudariam de avião, já que os controles são muito severos."
"Segundo os franceses, o avião que caiu não era um bom avião. Temos que verificá-lo. Queremos que todos os europeus voem em aviões que consideram seguros", continuou. O ministro de Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, confirmou nesta terça-feira que 66 franceses viajavam no avião iemenita.
FOLHA ON LINE
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