O executivo-chefe da British Airways, Willie Walsh, alertou aos funcionários em uma newsletter semanal interna que a companhia aérea enfrenta sérias ameaças caso os custos não sejam reduzidos e o negócio mude estruturalmente. No entanto, os empregados da empresa rejeitaram o pedido por um corte nos pagamentos, segundo o sindicato Unite.
Em uma declaração forte aos funcionários, que começa destacando que a General Motors acabou de se tornar a maior companhia industrial dos EUA a pedir concordata, Walsh afirmou que os negócios da British Airways estão sob ameaça. "Estamos testemunhando uma mudança estrutural em nossos negócios", disse. "Pretendo fazer tudo o possível para garantir que não vamos nos tornar a próxima GM", acrescentou.
Reiterando que atualmente não há sinais de uma recuperação no mercado aéreo e que o turismo premium pode nunca voltar para os níveis anteriores à crise, Walsh pediu aos funcionários que, "individualmente e coletivamente, lutem pela nossa sobrevivência". "Cada um de nós precisa entender que é todo o nosso negócio que está sob risco e que o único meio de garantir empregos é levar a empresa de volta à lucratividade o mais rápido possível", disse Walsh na carta.
A British Airways está tentando reestruturar suas práticas de trabalho, porém os sindicatos não têm demonstrado disposição para aceitar as propostas da companhia. Um porta-voz do Unite confirmou que os funcionários rejeitaram uma proposta para corte de salários. Segundo o sindicato, 2.987 empregados votaram contra a proposta, enquanto 487 votaram a favor das iniciativas de corte de custos da companhia.
Uma porta-voz da empresa afirmou que haverá mais negociações nesta semana com o sindicato. A British Airways estabeleceu o dia 30 de junho como fim do prazo para as negociações, mas o porta-voz do Unite não quis comentar se a greve é uma possibilidade caso um acordo não seja alcançado. A empresa já cortou 2,5 mil vagas desde meados do ano passado e agora emprega cerca de 40 mil pessoas.
Apesar do alerta feito aos funcionários, Walsh afirmou durante uma conferência da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) que a British Airways possui recursos para receber aviões encomendados. Segundo o executivo, a empresa está pronta para receber quatro Boeings 777 neste ano e outros seis em 2010.
Fonte:O Estadão
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