O homem condenado pelo atentado a bomba contra um avião que sobrevoava Lockerbie, na Escócia, disse que apóia apelos dos parentes das vítimas para a realização de um inquérito público sobre a atrocidade, que matou 270 pessoas, em 1988.
"Nós todos queremos saber a verdade", disse o líbio Abdelbaset Ali al-Megrahi em entrevista publicada na edição deste sábado do jornal escocês The Herald. "A verdade nunca morre."
Megrahi afirmou que está determinado a limpar o seu nome e acredita que isso pode ser feito através de uma autobiografia e da investigação aberta.
Ele disse que vai entregar todos os documentos que tem em seu poder sobre o caso para o pai de uma das vítimas da explosão da aeronave, Jim Swire, que fez vários apelos pelo inquérito.
Mas afirmou que acredita que o governo britânico vai evitar a realização de um inquérito público porque custaria muito dinheiro e também porque "mostraria o quanto os americanos estão envolvidos".
Megrahi, de 57 anos, foi condenado à prisão perpétua em janeiro de 2001 por ter participado do ataque.
Ele foi libertado por questões humanitárias, já que tem câncer na próstata em estágio terminal, e voltou à Líbia, onde foi recebido como um herói.
A medida, aprovada pelo secretário de Justiça escocês, Kenny MacAskill, foi criticada pelas autoridades americanas. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que foi um “erro”.
O diretor do FBI (polícia federal americana), Robert Muller, disse que a decisão “faz piada com a Justiça” e dá conforto a terroristas ao redor do mundo.
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, se disse "zangado" com a acolhida festiva dada a Megrahi na capital líbia, Tripoli.
O envolvimento da Líbia no atentado de Lockerbie levou a sanções econômicas ao regime do líder Muamar Kadafi, que acabou entregando dois de seus agentes para que fossem julgados.
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