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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Internet em aviões frustra planos do setor aéreo

The Wall Street Journal - Mais de 500 aviões já voam pelos Estados Unidos com acesso sem fio à internet, mas as companhias aéreas estão descobrindo que essa tecnologia, que deveria lhes trazer novas receitas, pode acabar ficando como as refeições a bordo.

Os passageiros devoravam a comida quando era grátis, mas mostram muito menos apetite quando têm que pagar.

Segundo as aéreas e os provedores de wi-fi a bordo, até agora a utilização vem sendo forte, e vai crescendo à medida que mais passageiros se registram para acessar serviço e o encontram em mais voos. A AirTran Airways e a Virgin America têm hotspots para conexão sem fio instalados em todas as suas aeronaves, a Delta Air Lines os tem em mais de 225 jatos e a American Airlines, em 100 aviões.

Contudo, em testes, e também agora no serviço regular, o uso cai consideravelmente quando o passageiro tem que pagar. A Alaska Airlines até testou cobrar apenas US$ 1. O resultado: muito menos laptops, BlackBerrys e iPhones pediram o serviço.

"Há um declínio muito substancial na utilização dos passageiros no minuto em que você começa a cobrar pelo serviço", diz Michael Planey, consultor especializado em tecnologias de bordo para passageiros.

Outro possível obstáculo é a falta de tomadas nos aviões. Muitos passageiros veteranos já estão levando baterias extras para o computador, e a vida das baterias está ficando mais longa. Mas a conexão sem fio pode consumir muita eletricidade, e as aéreas têm sido lentas para instalar tomadas nas aeronaves.

A maioria das companhias aéreas americanas com conexão à internet usa um serviço chamado Gogo, da Aircell, que construiu uma rede de torres de transmissão para celular em todo o país. Os laptops ou aparelhos de mão se conectam a um ponto de acesso no avião, que transmite o sinal para as torres da Aircell no solo. Como os aparelhos se conectam à antena do avião, e não a antenas no solo, eles não interferem com as torres normais para celulares e operam com potência de transmissão mais baixa, evitando possíveis interferências com os sistemas de navegação da aeronave.

Este mês outra concorrente, a Row 44 Inc., recebeu aprovação da Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC) para o seu serviço, que usa satélites em vez de torres no solo. A Row 44 vem realizando testes com a Southwest Airlines e a Alaska Airlines, e na semana passada a Southwest anunciou que vai equipar todos seus aviões com o serviço.

A Aircell instala equipamentos em aviões e dá às aéreas parte da receita recebida dos passageiros. Como as tarifas são fixadas pela Aircell, as aéreas não podem entrar numa guerra de preços do acesso à internet, como fazem com as passagens, e acabam dando o serviço de graça.

O controle de preços pela Aircell "é bom porque evita que as empresas aéreas sejam empresas aéreas", disse Kevin Healy, vice-presidente sênior de marketing e planejamento da AirTran. "O ponto-chave neste momento é encontrar o preço certo."

A Aircell já está testando preços mais baixos e oferecendo planos de serviço mais longos. O serviço custa agora US$ 12,95 para os voos de mais de 3 horas; US$ 9,95 para os de menos de 3 horas e mais de 90 minutos, e US$ 5,95 para os de menos de 90 minutos.

Na AirTran, a Aircell está testando reduzir o preço para voos longos de US$ 12,95 para US$ 9,95 e oferecer acesso por US$ 5,95 em todos os voos de menos de 3 horas. E em 1º de setembro, segundo um porta-voz da AirTran, o preço cairá, durante duas semanas, para US$ 5,95 para todos os voos - um teste para ver se o uso vai aumentar. Segundo a AirTran, a utilização é maior nos voos mais longos, e vem crescendo regularmente à medida que mais viajantes optam pelo serviço, o que facilita o registro nos voos subsequentes e dispensa informar o número do cartão de crédito e outros dados.

A Aircell informa que está satisfeita com a demanda do serviço pelos passageiros até agora; em público, as aéreas concordam. Até agora os hotspots mostram uso intenso em termos de fluxo de dados, com média de 35 megabytes transmitidos por usuário por hora, ou seja, de duas a três vezes mais que o uso típico de um ponto de acesso em solo, segundo Jack Blumenstein, presidente do conselho da Aircell.

"As pessoas utilizam [a internet] intensamente", disse.

A maioria das aéreas não revela qual porcentagem dos passageiros está comprando o serviço. A Virgin America informa que na sua frota a proporção é de 12% a 15%. Provavelmente é um uso maior que a média do setor, já que a Virgin America tem mais voos longos, de costa a costa. Além disso, oferece tomadas elétricas em todos os assentos, facilitando o uso da internet. A linha Boston-San Francisco, onde viajam muitos profissionais de informática, tem 15% a 20% de utilização, segundo a Virgin America.

Planey avalia que, em média, será preciso que 8% a 10% dos passageiros paguem pelo acesso à internet para que o serviço seja lucrativo dentro de cinco anos. Isso talvez seja difícil de conseguir, pois grande parte dos voos domésticos nos EUA dura menos de duas horas - período em que os passageiros têm menos probabilidade de pagar pela internet a bordo.

Valor Econômico - SP

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