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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Os novos aviões de Lula


A frota presidencial agora conta com mais dois jatos de luxo da Embraer que custaram R$ 168 milhões. Além do Aerolula.


Conforto o Emb-190 pode ser adaptado para se criar diversos tipos de ambientes
A partir de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá exercer sua diplomacia presidencial pelo mundo afora a bordo de um novo avião. Trata-se de um jato Embraer 190, da família E-Jet, mesmo modelo encomendado pelo ex-piloto austríaco Niki Lauda para a frota da sua companhia comercial, a Lauda Air. No caso brasileiro, o EMB-190 será usado especialmente para as viagens pela América Latina. Também servirá para transportar equipes de apoio, convidados e como aeronave reserva para casos de eventual manutenção ou pane do Aerolula, como a que ocorreu em março no retorno de uma viagem aos Estados Unidos.

Desde que trocou o velho Boeing 707, o "Sucatão", pelo moderno Airbus A319, em 2005, a Presidência estudava adquirir aviões que substituíssem os dois Boeing 737-200, chamados de "sucatinhas". Mas a repercussão negativa da compra do avião presidencial, por US$ 56,7 milhões, adiou os planos. A decisão de compra veio depois que, em 2007, uma das aeronaves apresentou problema técnico e interrompeu uma viagem da comitiva presidencial à África. O avião levava 25 empresários e 25 jornalistas. O presidente, então, comentou com assessores que o episódio havia definitivamente convencido a imprensa, que criticara a compra do Aerolula, da necessidade de renovação de toda a frota presidencial.











"Apesar de terem poucas horas de voo, os sucatinhas já têm 35 anos de idade e precisavam ser substituídos", explica a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto. Mas a aquisição das novas aeronaves também tem um objetivo comercial. Ao visitar outros países com jatos da Embraer, o presidente Lula aproveitará para fazer propaganda da indústria nacional. Os dois EMB-190 custaram cada um US$ 52 milhões (um total de R$ 168 milhões, ao câmbio de R$ 1,62, de agosto de 2008). De acordo com autoridades militares ouvidas por ISTOÉ, o governo teria economizado R$ 30 milhões em relação ao preço da concorrência. As aeronaves tiveram a autonomia de voo estendida para até oito horas, podendo decolar de Brasília e chegar às Ilhas Canárias, na costa africana. Com apenas uma parada técnica para reabastecimento, será possível atingir a África e a Europa.

Com 36,7 metros de comprimento e 28 metros de envergadura, o EMB-190 voa a 850 km/h. "Como se trata de um avião presidencial, muitas modificações foram feitas, a fim de comportar as atividades do presidente", afirma o major-brigadeiro Joseli Parente Camelo, da Segurança Institucional. O interior foi reconfigurado para abrigar um gabinete de trabalho, com banheiro, além de 36 assentos do tipo classe executiva e mais 11 poltronas. Todas as comunicações são criptografadas para evitar interceptações. A primeira unidade presidencial do EMB-190 foi batizada de Bartolomeu de Gusmão (o padre luso-brasileiro, inventor e primeiro a voar em um balão operacional) e ganhou duas faixas diagonais com as cores verde e amarela. Já está voando, mas problemas de homologação da anac obrigaram a embraer a refazer a cabine, o que adiou a entrega oficial da aeronave, prevista para junho. O segundo EMB-190 deverá ser entregue até dezembro e será uma espécie de espelho do "Bartolomeu de Gusmão", com a mesma configuração interna e de desempenho. Os dois aviões já sairão de fábrica com as modificações nas portas do compartimento de bagagem e nos sliders, os escorregadores para evacuação de emergência, conforme orientação feita pelas agências reguladoras da aviação dos Estados Unidos.

ISTO É

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