O governo japonês vai intervir na Japan Airlines (JAL) para garantir a sua liquidez e aliviar a "excessiva" preocupação suscitada pela situação financeira precária da principal companhia aérea nacional. "É da responsabilidade do Governo acabar com os rumores negativos ou com a preocupação excessiva que rodeia a JAL", disse hoje Seiji Maehara, ministro dos Transportes japonês, citado pela agência noticiosa local Kyodo.
"Se a companhia está a ser prejudicada por boatos, o Governo tem de assegurar que não há impacto nas operações da JAL ou na sua liquidez", acrescentou. Maehara, no entanto, expressou confiança de que a companhia aérea consiga superar sozinha o actual momento, não necessitando de recorrer ao governo. O responsável destacou ainda que, por agora, não há ameaça de uma falta de liquidez imediata.
"A recuperação da JAL é perfeitamente possível", disse o titular da pasta dos transportes. Na semana passada, o Governo reuniu uma equipa de peritos para supervisionar o plano de reestruturação da companhia aérea, que deve ser apresentado no final de Novembro.
A Japan Airlines registou no primeiro trimestre deste ano fiscal prejuízos de 754 milhões de euros, a pior prestação dos últimos seis anos, e espera terminar o ano ainda no vermelho, com 480 milhões euros de perdas. O plano de reestruturação elaborado pela empresa inclui o corte de 6 800 postos de trabalho nos próximos três anos, para além da eventual suspensão de meia centena de voos, incluindo 21 rotas internacionais. Além disso, a companhia aérea do Japão mantém contactos com as norte-americanas American Airlines e Delta Airlines, em busca de uma eventual aliança que lhe permita resolver os seus problemas financeiros.
Com a redução dos custos, a JAL espera poder ainda aceder a outras fontes de financiamento privado que lhe deverão garantir até 763 mil milhões de euros de liquidez. A companhia aérea recebeu em Junho um crédito de 100 mil milhões de ienes de um consórcio que integra, entre outros, o Banco de Desenvolvimento do Japão e que o governo apoiou em troca da companhia aceitar colocar-se temporariamente sob a supervisão do Ministério dos Transportes.
Apea
Nenhum comentário:
Postar um comentário